Folha de S. Paulo


Após racismo, treinador de time peruano pede desculpas para Tinga

O treinador do Real Garcilaso, Freddy García, pediu desculpas ao volante Tinga e ao Cruzeiro após os insultos racistas da torcida no confronto da última quarta-feira, em Huancayo, no Peru, pela primeira rodada do Grupo 5 da Taça Libertadores da América.

Tinga sofreu com os atos racistas assim que entrou em campo aos 20 min do segundo tempo no lugar de Ricardo Goulart. Sempre que o jogador tocava na bola, a torcida adversária fazia gestos e sons imitando macaco.

"Eu não vi o que aconteceu, mas é uma coisa muito triste. Pedimos desculpas ao Cruzeiro e ao jogador. Vamos apurar tudo, porque o Real Garcilaso é muito grande e não pode estar ligado a episódios desta natureza", disse García.

Nesta quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff manifestou apoio ao volante através de seu Twitter. Ela escreveu que "o Brasil inteiro está #FechadoComOTinga" e que "o esporte não deve ser jamais palco para o preconceito".

Após o jogo, o volante afirmou que "trocaria todos os títulos pelo fim do preconceito. Trocaria por um mundo com igualdade entre todas as raças e classes". Tinga tem em seu currículo dois títulos da Libertadores (2006 e 2010), um Campeonato Brasileiro (2013) e é bicampeão da Copa do Brasil (1997 e 2001).

A Conmebol se manifestou através de seu Twitter sobre as ofensas racistas da torcida peruana. A entidade afirmou que os atos são repudiantes e que analisará o tema e possíveis punições.

O Cruzeiro já anunciou que entrará com uma representação junto a Conmebol. Além das ofensas ao meio-campista Tinga, o clube mineiro afirmou que relatará a entidade diversos problemas vivenciados em Huancayo.

Luka Gonzales/AFP
Tinga (dir.), do Cruzeiro, disputa bola com Ramon Rodriguez, do Real Garcilaso
Tinga (dir.), do Cruzeiro, disputa bola com Ramon Rodriguez, do Real Garcilaso

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