Folha de S. Paulo


Em Sochi, secretário da ONU condena discriminação contra homossexuais

O secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou nesta quinta-feira qualquer discriminação contra os homossexuais e pediu que lutem contra os ataques que possam sofrer, em discurso em Sochi na 126ª Sessão do COI (Comitê Olímpico Internacional).

Ban abordou de forma direta um dos assuntos que mais gerou polêmica durante a preparação para os Jogos Olímpicos de Inverno que começam amanhã em Sochi, devido a aprovação na Rússia de leis consideradas discriminatórias para os homossexuais.

Em seu discurso diante da assembleia olímpica, o secretário geral disse que estava ciente de que "o artigo 6 da Carta Olímpica ressalta a oposição do COI a toda forma de discriminação".

"Devemos levantar nossas vozes contra os ataques a lésbicas, gays, bissexuais, transexuais ou intersexuais", enfatizou. "Devemos ser contra as prisões e restrições discriminatórias", afirmou Ban.

É a primeira vez que um secretário geral das Nações Unidas discursa em uma sessão do COI.

"Hoje estou em Sochi para testemunhar a união dos países, em um espírito de boa vontade e competição amigável", disse.

Após se referir às iniciativas conjuntas empreendidas pelo COI e pela ONU para transformar o esporte em uma ferramenta de mudança social, Ban ressaltou que ambas as organizações compartilham os mesmos ideais de "sustentabilidade, universalidade, solidariedade e não discriminação".

O presidente do COI, o alemão Thomas Bach, respondeu com um discurso onde destacou igualmente que o esporte "é a favor do respeito e contra toda discriminação".

"Os princípios olímpicos são os princípios das Nações Unidas", completou.

Ban Ki-moon participará amanhã da cerimônia de abertura dos Jogos de Sochi, um ato que não contará com a presença de outros dirigentes mundiais, como maneira de expressar o desacordo com a legislação russa para os homossexuais.

Shamil Zhumatov/AFP
Secretário geral da Onu, Ban Ki-Moon, e o presidente do COI, Thomas Ba (dir.)
Secretário geral da Onu, Ban Ki-Moon, e o presidente do COI, Thomas Ba (dir.)

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