Folha de S. Paulo


Promotor diz que Portuguesa sabia da proibição de escalar Héverton

A Portuguesa, punida com a perda de quatro pontos e consequentemente rebaixada, sempre insistiu que não sabia que o meia Héverton estava suspenso para o jogo contra o Grêmio na última rodada do Campeonato Brasileiro. Mas um inquérito do Ministério Público afirma que o clube foi informado antes da partida.

"Chegou o e-mail para a presidência da Portuguesa. Ele foi aberto e repassado ao departamento competente", disse nesta sexta-feira à Folha o promotor Roberto Senise Lisboa. "A Portuguesa tinha ciência, isso é fato."

As investigações continuam e tentam descobrir "se alguém obteve vantagem indevida na história", contou Lisboa.

Uma das próximas medidas pode ser a quebra de sigilos bancários. "É uma das várias possibilidades", disse o promotor, se declarando impedido para informar se essa medida já foi cogitada e se há suspeitos.

O presidente da Lusa na época, Manuel da Lupa, e o atual, Ilídio Lico, não atenderam os telefonemas da Folha.

Lisboa, no entanto, afirmou que a nova revelação não exime a culpa da CBF de não ter publicado o resultado do julgamento de Héverton, ocorrido em 6 de dezembro, antes da partida de dois dias depois, como determina o Estatuto do Torcedor.

"Isso em nada afasta aquela questão da CBF de não cumprir a publicidade do julgamento antes dos jogos. Se ela pretende apenar Flamengo e Portuguesa [com perda de pontos no STJD], a CBF deveria publicar [o resultado] antes dos jogos", disse o promotor.

A confederação foi convocada para assinar um Termo de Ajustamento de Conduta na próxima quinta-feira, em São Paulo. Lisboa conta que uma das hipóteses do documento é o cancelamento da perda de pontos de Flamengo e Lusa.

O time carioca escalou André Santos contra o Cruzeiro em 7 de dezembro, um dia após o STJD decidir sobre sua suspensão.


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