Folha de S. Paulo


Análise: Família de Neymar terá de explicar sua parte na negociação

Não é a primeira vez que um presidente do Barcelona deixa o cargo antes da hora.

Em 2000, Josep Luis Nuñez estava pressionado pelo grupo político intitulado Elefant Blau (Elefante Azul). A facção era liderada por Joan Laporta, mais tarde presidente do clube, e tinha entre os apoiadores o jovem Rossell.

Mais tarde, Laporta tornou-se inimigo de Rosell e foi um dos que o pressionaram em busca dos números da transferência de Neymar.

O Barcelona diz que pagou € 57 milhões, o Santos diz ter recebido € 17 milhões e a investigação em Madri afirma terem sido € 95 milhões.

Entre os € 17 milhões alegados pela cúpula do Santos e os € 57 milhões ditos pelo Barça, haveria € 40 milhões pagos à empresa N&N, da família do jogador.

Entre os € 57 milhões afirmados pelo Barcelona e os € 95 milhões da investigação, haveria outros € 38 milhões que se explicam assim: € 10 milhões de bônus pela assinatura do contrato, € 2,6 milhões ao pai pela comissão como agente, € 8,5 milhões por comissões à família por captação de talentos e publicidade, € 7,9 milhões pelos direitos preferenciais sobre três jogadores do Santos e € 9 milhões por dois amistosos.

O Barcelona empurra tudo isso para a conta da N&N. O único elemento externo poderia ser o agente brasileiro André Cury, contratado pelo time catalão em 2011 para comprar o craque brasileiro.

São € 38 milhões a mais que, em tese, poderiam ter ficado com Neymar pai e filho.

O Sonda, que tinha parte dos direitos de Neymar, quer uma ação em conjunto com o Santos contra a família do jogador. Julga ter sido lesado.

A família de Neymar vai ter de explicar a sua parte.


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