Folha de S. Paulo


Caso Neymar faz conselheiros do Santos estudarem novo impeachment

O imbróglio envolvendo a contratação de Neymar na Espanha causa inquietação na Vila Belmiro. O assunto já foi discutido em reunião do presidente Odílio Rodrígues Filho com o Comitê de Gestão. Um dos assuntos falados foi uma possível convocação do pai do jogador para depor pela justiça espanhola.

Conselheiros do clube se movimentam nos bastidores para ter acesso a toda a documentação da venda do atacante. Uma das alternativas é pedir a abertura de inquérito no Conselho Deliberativo para investigar o assunto.

"Não há muito o que fugir. Eles precisam dar explicação. Se eles foram enganados pelo Barcelona, é má administração. Se receberam dinheiro e não declararam, é má administração. Se o pai do Neymar os 'enrolou', é má administração. Em qualquer dessas hipótese, é caso para impeachment", disse o conselheiro Celso Leite.

Foi ele quem liderou grupo de 40 integrantes da instituição a pedir a saída de Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro da presidência. Para evitar a cassação, o dirigente pediu licença de um ano.

A Justiça espanhola investiga quanto o Barcelona realmente pagou por Neymar. O clube declarou que a compra foi de 57 milhões de euros (R$ 180 milhões), mas a imprensa do país denunciou que, na verdade, a conta passa dos 95 milhões de euros (R$ 300 milhões). O Santos recebeu apenas 17 milhões de euros (R$ 55 millhões).

"O caminho pode ser pedir que o Ministério Público Federal ou a Polícia Federal investigue se houve evasão de divisas. É uma história que precisa ser melhor explicada pelos dirigentes do Santos", afirma o conselheiro Orlando Rollo, um dos líderes do Movimento Terceira Via Santista. "Se for necessário, vamos pedir que essa negociação seja investigada."

BARCELONA

Em sua edição de segunda-feira, o jornal espanhol "El Mundo" afirmou, com base em documentos da Justiça espanhola a que teve acesso, que a transferência de Neymar para o Barcelona envolveu valores maiores que os anteriormente anunciados.

Publicou que o atacante deixou o Santos pela quantia de 95 milhões de euros (aproximadamente R$ 300 milhões), o que resulta em uma omissão de 38 milhões de euros (aproximadamente R$ 120 milhões) em relação aos 57 milhões de euros (cerca de R$ 180 milhões) declarados inicialmente pelo clube catalão.

Durante a semana, o juiz Pablo Ruz, da Audiência Nacional da Espanha, acatou a denúncia apresentada por um sócio do Barcelona, Jordi Cases.


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