Folha de S. Paulo


Federação concede 'título mundial' a Djokovic e desagrada Espanha

A Federação Internacional de Tênis (ITF) anunciou a americana Serena Williams e o sérvio Novak Djokovic como os "campeões mundiais" de 2013.

A decisão causou descontentamento na Espanha, já que Rafael Nadal terminou a temporada como líder do ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais).

O presidente da Federação Espanhola de Tênis, José Luis Escañuela, afirmou em comunicado que não entende a premiação da ITF.

"Consideramos que a temporada realizada por Nadal merece todo o reconhecimento", afirmou Escañuela.

"Não por acaso ele é o número um do mundo, foi campeão de Roland Garros e do Aberto dos EUA e sobretudo mostrou uma capacidade de superação única, demonstrando mais uma vez ser um grande exemplo para todos", completou.

Diretor esportivo da federação, o ex-tenista Albert Costa disse que, apesar de respeitar muito Djokovic, Nadal demonstrou ser o melhor do mundo na temporada.

"Os resultados estão aí, tanto em Grand Slam como nos Masters 1.000. Não é compreensível uma decisão assim", afirmou o campeão de Roland Garros de 2002.

Após sete meses afastado do circuito por lesão, Nadal, 27, voltou às quadras em fevereiro.

Terminou a temporada no topo do ranking com 75 vitórias em 82 jogos. Conquistou dez títulos, incluindo dois Grand Slams e cinco Masters 1.000.

Número dois do mundo, Djokovic, 26, disputou 83 partidas e triunfou em 74. Venceu sete torneios, um Grand Slam (Aberto da Austrália), três Masters 1.000 e as Finais da ATP.

No confronto direto, foram seis partidas com três vitórias para cada um.

"É uma honra ser nomeado campeão mundial pela ITF pelo terceiro ano seguido. Tive uma grande temporada e consegui terminar o ano em alta", disse Djokovic, que acumula 24 vitórias seguidas.

O presidente da ITF, Francesco Ricci Bitti, elogiou a temporada de Nadal, mas afirmou que Djokovic teve resultados mais consistentes em Grand Slams, Copa Davis e nas Finais da ATP.

"O prêmio masculino foi disputado, mas nossos critérios premiam os tenistas por suas performances nos Grand Slams e em nossas competições por equipes", afirmou o dirigente.

Djokovic venceu o Aberto da Austrália e caiu nas semifinais de Roland Garros (derrotado por Nadal) e nas decisões de Wimbledon (Andy Murray foi campeão) e do Aberto dos EUA (Nadal venceu). Registrou 88,9% de aproveitamento em Grand Slams.

Já Nadal não jogou na Austrália, foi campeão em Roland Garros e Aberto dos EUA, caiu na estreia em Wimbledon e teve aproveitamento de 93,3%.

Na Davis, o campeão mundial de 2013 venceu as sete partidas que disputou e ajudou a levar a Sérvia ao vice-campeonato.

O espanhol venceu o único jogo que disputou na Davis --eliminada na estreia do Grupo Mundial, a Espanha teve que disputar a repescagem para garantir vaga na elite em 2014.

Não foi a primeira vez que a ITF causou polêmica ao indicar o campeão mundial.

Em 1990, o sueco Stefan Edberg terminou no topo do ranking, mas o premiado foi o tcheco Ivan Lendl, então o terceiro da lista da ATP.

A ITF vai entregar os troféus aos campeões mundiais em jantar de gala em 3 de junho, em Paris, durante a disputa de Roland Garros.


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