Folha de S. Paulo


Polícia prende 19 torcedores de Vasco e Atlético-PR no país

As polícias Civis do Rio, Paraná e Santa Catarina prenderam, nesta quinta-feira, 19 pessoas que estariam envolvidas na briga das torcidas de Vasco e Atlético-PR na última rodada do Campeonato Brasileiro, no dia 8 de dezembro. Outros três já estavam detidos.

As prisões fazem parte de uma operação conjunta das policiais dos Estados. Há até o momento 31 pessoas de denunciadas pelo Ministério Público. Quarenta pessoas já teriam sido identificadas. Pelo menos, 12 são consideradas foragidas.

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As policiais cumpriram nesta quinta-feira mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão de computadores em endereços das torcidas Fanáticos, do Atlético-PR, e da Força Jovem Vasco.

Todos os 31 envolvidos responderão por associação criminosa, incitação à violência e dano ao patrimônio público. Há ainda pessoas que responderão por tentativa de homicídio e também roubo.

Dos presos, 16 foram detidos no Paraná, dois em Santa Catarina e um no Rio de Janeiro. Segundo os delegados Alexandre Braga, coordenador do Núcleo dos Grandes Eventos (Nage), e Dirceu Silveira, delegado regional de Joinville, entre os presos estariam integrantes das diretorias das torcidas organizadas dos respectivos clubes.

Os delegados disseram ainda que a ligação das organizadas com os respectivos clubes também está sendo investigada.

"Se ficar comprovado que os clubes tiveram participação, sim [podem ser responsabilizados]", disse Braga, que ressaltou que os clubes só poderiam ser responsabilizados na esfera cível e não criminal.

As informações foram passadas à imprensa pelos delegados em coletiva de imprensa ocorrida na Deat (Delegacia de Apoio ao Turista), no Leblon, zona sul do Rio.

No Rio, até o momento uma pessoa foi presa preventivamente: o motorista Thiago Oliveira, 28, torcedor Vasco. O advogado do preso, Eduardo Piragibe, disse que seu cliente agrediu torcedores rivais em legítima defesa. Os torcedores paranaenses, disse ele, partiram para cima dos vascaínos que tiveram que se defender.

As investigações estão sendo tocadas com o auxílio das imagens da televisão e também por meio de informações coletadas nas redes sociais. A polícia catarinense criou ainda um endereço de e-mail (denunciajogojoinville@pc.sc.gov.br) para denúncias.

Um dos detidos, o ex-vereador de Curitiba Juliano Borghetti, flagrado em imagens na confusão no estádio, se apresentou na delegacia nesta manhã.

Antes da operação, só três torcedores do Vasco haviam sido presos. Detidos em flagrante pela Polícia Militar na saída do estádio, eles foram indiciados por tentativa de homicídio, associação para o crime e incitação à violência. Os três estão na Penitenciária Industrial de Joinville (170 km de Florianópolis).

A briga entre torcedores de Vasco e Atlético-PR ocorreu em 8 de dezembro, aos 17 minutos do primeiro tempo do jogo que rebaixou o Vasco. A partida ficou parada por mais de uma hora. Quatro torcedores ficaram feridos. Todos já receberam alta.

A pancadaria, exibida pelas TVs em todo o mundo, teve ampla repercussão devido ao fato de o Brasil ser o país-sede da Copa do Mundo em 2014.

O episódio obrigou a Fifa a se pronunciar, afirmando que não teme que episódios violentos como esse se repitam no Mundial, por causa do perfil diferente de torcedor e do esquema de segurança que será adotado durante a Copa.

Com a Lancepress

Jonathan Campos/Ag. de Notícias Gazeta do Povo
O ex-vereador de Curitiba Juliano Borghetti (à dir.) se apresenta para a polícia
O ex-vereador de Curitiba Juliano Borghetti (à dir.) se apresenta para a polícia

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