Folha de S. Paulo


Bom Senso critica decisão no tribunal e diz que CBF tem que ir para a 4ª divisão

O Bom Senso F.C., movimento que reúne mais de mil jogadores das Série A e B do Brasileiro e pede mudanças na organização do futebol no país, divulgou nota na qual afirmou que a decisão do rebaixamento da Série A ter sido definida pelo tribunal fortalece o grupo em relação à CBF.

"Sem discutir o mérito de quem está certo ou errado, a conclusão final é de que a CBF é que deveria ir para a segunda, terceira, quarta divisão", escreveu o grupo, que já recebia críticas por meio de redes sociais por não se posicionar sobre o assunto.

Foi a primeira manifestação do movimento sobre a decisão do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), na segunda-feira passada (16), de retirar quatro pontos da Portuguesa pela escalação irregular do meia Héverton, na última rodada da Série A, dia 8 de dezembro.

A decisão beneficiou o Fluminense, que deixou de ser o 17° colocado e, portanto, não jogará mais a Série B em 2014. A Portuguesa vai recorrer ao Pleno (Segunda Instância) do STJD. O resultado só deve sair depois do Natal.

"Para ajudar o Bom Senso FC a virar consenso de uma vez por todas, o Campeonato Brasileiro terminou de forma melancólica, dentro do tribunal. A justiça desportiva se torna protagonista e o resultado de campo fica para trás", escreveu o grupo, que tem como líderes o zagueiro corintiano Paulo André, os goleiros Dida, do Grêmio, e Rogério, do São Paulo, e o meia do Coritiba Alex.

A nota, porém, tem como foco as reivindicações do grupo, que critica medidas sugeridas pelo presidente da CBF, José Maria Marin, como limitar o número de jogos dos atletas por mês. O Bom Senso avalia que é necessário diminuir as partidas dos clubes, não limitar por atletas.

"[somos] Um grupo democrático, onde todos os envolvidos têm poder de votar, opinar e participar. Sabemos que o senhor [José Maria Marin] não está acostumado com essa tal democracia e até entendemos que seja difícil se adaptar, faz pouco tempo...", escreve o Bom Senso. Marin foi governador de São Paulo durante a ditadura militar.

O presidente da CBF está em Marrocos acompanhando o Mundial de Clubes e não se pronunciou a respeito.

O REBAIXAMENTO DA LUSA

O julgamento, realizado na segunda-feira, foi por conta da escalação do meia Héverton no empate de 0 a 0 contra o Grêmio na última rodada do Campeonato Brasileiro.

O atleta da Portuguesa foi expulso contra o Bahia e cumpriu suspensão automática diante da Ponte Preta. Só que ele recebeu uma outra punição, em um julgamento na sexta-feira anterior ao jogo do Grêmio, no domingo: pegou mais uma partida gancho, o que o impediria de atuar. No entanto, ele, que estava na reserva, entrou aos 32 min do segundo tempo naquela partida.

A Portuguesa sempre alegou que não foi avisada do segundo jogo de suspensão pelo advogado que a representou naquele julgamento, Osvaldo Sestário. Ele tinha dado entrevistas garantindo que comunicou o clube.

No julgamento, o STJD decidiu derrota da Lusa por 5 a 0 e a perda de quatro pontos. O resultado fez a Lusa ficar atrás do Fluminense, o melhor entre os rebaixados.


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