Folha de S. Paulo


Auditor que participará do julgamento da Portuguesa se mostra favorável à punição

Um dos auditores nomeados pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) para julgar a suposta escalação irregular de um jogador pela Portuguesa no Brasileiro comentou o caso na internet na última quarta-feira e antecipou que, para ele, o clube paulista não poderia ter utilizado o meia Héverton no jogo contra o Grêmio, na última rodada da competição.

Sem saber que faria parte da comissão que avaliará o caso, Washington Rodrigues de Oliveira escreveu um texto em sua página no Facebook com comentários sobre o episódio.

Oliveira declarou que não poderia comentar especificamente o caso da Portuguesa por não conhecê-lo profundamente, mas deixou clara a sua opinião de que a Portuguesa não poderia ter utilizado Héverton.

Expulso no jogo contra o Bahia no dia 23 de novembro, o atleta pegou dois jogos de suspensão em julgamento realizado na sexta-feira pelo STJD.

Por erro da Portuguesa, que disse que achava que a suspensão era de apenas uma partida, ele foi escalado para o jogo de domingo contra o Grêmio (empate em 0 a 0 no Canindé) porque já havia cumprido uma partida de suspensão, contra a Ponte Preta.

Entre os comentários feitos em seu texto no Facebook, Oliveira afirma que escalar um atleta punido sob o argumento de desconhecer o fato é uma atitude de "várzea".

Também comentou que se, eventualmente, o Fluminense for beneficiado poderá até ficar no ar a impressão de "cariocada" pelo fato de o STJD situar-se Rio de Janeiro, mas destacou que "é atitude lógica, natural e obrigatória o cumprimento das penas impostas" pelo tribunal.

Horas depois da mensagem, o auditor escreveu que fora convocado, mesmo em férias, para o processo envolvendo a Portuguesa.

Até o início da tarde desta quinta-feira, o STJD ainda não tinha definido se ele seria declarado impedido de participar do julgamento por causa das declarações.

O presidente do tribunal, Flavio Zveiter, estava em Brasília participando de uma reunião com os ministros Aldo Rebelo (Esporte) e José Eduardo Cardozo (Justiça) para discutir violência nos estádios.

O caso da Portuguesa será avaliado na próxima segunda-feira pela Primeira Comissão Disciplinar do STJD, que tem cinco integrantes (todos votam).

A Portuguesa pode ser punida e perder quatro pontos (um do empate e mais três pela punição). Com isso, a pontuação da equipe cairia de 48 para 44 pontos, entrando na zona do rebaixamento. O Fluminense, com seus 46 pontos, é quem escaparia da queda, ao ganhar uma posição.

VEJA O TEXTO PUBLICADO NO FACEBOOK

Caros amigos, dentro do STJD, sempre fui partidário da manutenção do resultado, por vezes, até absolvi clubes em decorrência de problemas de registro no BID.

Aliás, virei persona non grata em Joinville, pois votei a favor do Glorioso América do Amazonas, em detrimento do JEC que queria a vaga do América, em virtude da utilização de jogador irregular.

Por não ter acesso ao caso da Portuguesa, não posso me manifestar sobre ele.
Entretanto, o cumprimento das penas de suspensão impostas aos atletas, são de cumprimento imediato.

Ficaria muito fácil ao clube, colocar em campo um atleta punido alegando que desconhecia a punição, em especial quando estamos falando de futebol da primeira divisão profissional.

Não se trata de várzea ou torneio de bairro.

Perdoem-me os adeptos do complexo de vira-lata, como dizia Nelson Rodrigues, ou dos partidários da teoria da conspiração em favor dos clubes cariocas, mas não se pode criticar aquele que se beneficia pelo erro de outrem.

Se o Fluminense será beneficiado pela decisão, paciência. Confesso que, particularmente, gostaria de vê-lo rebaixado, como forma de punição divina, a virada de mesa da qual foi beneficiário no passado.

Entretanto, dois erros não se convertem em um acerto.

É verdade que fica a impressão de cariocada, pelo fato do STJD situar-se no RJ.

É um direito legítimo de assim entenderem os leigos, e os que desconhecem o direito desportivo. É, sem dúvida, um bom assunto para conversas de botecos e botequins, apenas e tão somente, pois não é necessária qualquer fundamentação.

Por outro lado, aos que conhecem e militam no direito desportivo sabem que é uma atitude lógica, natural e obrigatória o cumprimento das penas impostas pelo STJD, assim como o direito de recorrer destas decisões.

Eu de minha parte tenho a plena convicção de que: DURA LEX SEDE LEX.
E refuto qualquer insinuação de tapetão, em benefício de clubes cariocas. Se a medida vai beneficiar A ou B, faz parte do Imponderável Futebol Clube.


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