Impedida de entrar em jogos por seis meses devido ao envolvimento na briga de domingo, a torcida organizada do Atlético-PR, Os Fanáticos, afirmou nesta terça-feira (10) que "assinou embaixo" da decisão, tomada via acordo com o Ministério Público do Paraná.
"Foi uma punição. A gente pisou na bola; é mais do que justo", afirmou o diretor de patrimônio da organização, Júlio César Sobota, em entrevista à imprensa.
Para ele, a suspensão por seis meses vai permitir à torcida "um tempo de reflexão". "Temos seis meses para botar na cabeça dessa gurizada nossa ideologia. Estamos lá para torcer, para ajudar o time."
A proibição, porém, não é individual aos seus integrantes. Os torcedores só não poderão ir com qualquer vestimenta da organizada.
A briga, que acabou com quatro feridos no hospital, ocorreu nas arquibancadas do jogo entre Atlético-PR e Vasco, no domingo, válido pela última rodada do Campeonato Brasileiro. O time paranaense ganhou de 5 a 1, resultado que rebaixou o Vasco para a segunda divisão.
Apesar de admitir a participação de membros da torcida na confusão, a Fanáticos sustenta que quem começou a briga foram os vascaínos. "Nós agimos em legítima defesa", afirmou o advogado da organizada, Juliano Rodrigues. "Podia ter havido uma tragédia."
A torcida do Vasco também alegou legítima defesa.
Para ele, não é possível controlar todos os que se dizem membros da organizada, que reúne "gente boa e gente que não presta". O acordo firmado hoje, porém, que prevê a proibição de camisetas, bandeiras, faixas e instrumentos musicais que identifiquem Os Fanáticos, é visto como um primeiro passo para conscientizar os torcedores.
MAIS PUNIÇÃO
Sobota defende que haja mais punição, pela Justiça e pela polícia, para inibir os mal-intencionados.
"Se a polícia e o Ministério Público não tomarem a rédea e não começarem a punir as pessoas, isso aí [a briga] vai acontecer de novo", disse. Atualmente, três torcedores do Atlético-PR estão proibidos de frequentar os jogos do time por terem se envolvido em brigas nas arquibancadas. "Só três, num universo de centenas", comentou.
A Fanáticos se comprometeu a colaborar com as investigações e diz que ajudará, se instada, a identificar os agressores.
A diretoria da organizada também acusou a PM e o Ministério Público de Santa Catarina de terem sido negligentes com a segurança do estádio, sediado em Joinville (SC). Não houve policiamento nas arquibancadas, apenas no entorno da arena.
| Heuler Andrey-8.dez.2013/Agif/Folhapress | ||
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| Torcedor fica caído após apanhar durante briga no estádio em Joinville |