Folha de S. Paulo


Árbitro relata na súmula que não foi possível ver quem iniciou briga em Joinville

O árbitro Ricardo Marques Ribeiro relatou na súmula que não foi possível identificar a torcida que iniciou a briga durante o jogo entre Atlético-PR e Vasco, realizado no último domingo, em Joinville (a 170 km de Florianópolis), pela última rodada do Campeonato Brasileiro.

A confusão, que teve início aos 17min do segundo tempo, interrompeu o jogo por uma hora e 13 minutos. Quatro torcedores ficaram feridos e foram encaminhados ao hospital São José.

"Não foi possível perceber quem deu início ao tumulto, uma vez que toda a equipe de arbitragem estava concentrada no jogo. A rixa foi contida pelo policiamento militar e pela segurança particular do estádio. Houve a necessidade de explosão de bombas de efeito moral e uso de spray de pimenta.

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De acordo com o árbitro, o jogo ficou paralisado por uma hora e 13 minutos em virtude do socorro aos torcedores e o deslocamento do reforço policial.

"Entendi necessidade de um reforço para separar as torcidas e dar garantias para a integridade física dos demais participais do espetáculo [jogadores, imprensa, árbitros e dirigentes] situados dentro de campo".

Ricardo Marques Ribeiro relatou também que após a paralisação o jogo transcorreu normalmente. No entanto, o árbitro colocou na súmula ainda que torcedores da equipe paranaense jogaram uma peça de torneira de metal próximo ao assistente Márcio Eustáquio Santiago e a torcida do Vasco atirou pedras em direção ao goleiro Weverton, da equipe paranaense.

Dos quatro torcedores feridos, três já receberam alta. Estevão Viana, 24, e Gabriel Ferreira Bitael, 20, foram liberados pelos médicos às 10h desta segunda-feira (9) depois de passaram a noite em "observação neurológica".

Diogo Cordeiro da Costa, 29, que teve o mesmo tipo de lesão, já havia sido liberado na noite de domingo à noite, após exames.

O único que continuava internado nesta segunda-feira era William Batista, 19, torcedor do Atlético-PR. Ele foi transferido do Hospital São José ao Hospital da Unimed e até as 10h desta segunda-feira permanecia em estado estável.

De acordo com os médicos, ele sofreu traumatismo craniano, mas não corre risco de morte.

VEJA O RELATÓRIO DO ÁRBITRO NA ÍNTEGRA

Atlético-PR e do Clube de Regatas do Vasco da Gama, nas arquibancadas, que teve início com poucos torcedores, mas que foi se avolumando e envolveu centenas deles. Não foi possível perceber quem deu início ao tumulto, uma vez que toda a equipe de arbitragem estava concentrada no jogo. A rixa foi contida pelo policiamento militar e pela segurança particular do estádio, havendo sido necessária explosão de bombas de efeito moral e uso de spray de pimenta. Houve 03 torcedores feridos gravemente, sendo que dois deles foram removidos por helicóptero e um pela ambulância que estava no estádio.

Durante a paralisação do jogo, o campo foi invadido pela imprensa e por alguns torcedores que pularam das arquibancadas para não sofrerem agressão.

Diante de tal comoção, apesar de o policiamento inicial ser suficiente para dar prosseguimento a partida, entendi que havia necessidade de um reforço, tanto para separar as torcidas, como para garantir ainda mais a integridade física dos demais participantes do espetáculo (jogadores, imprensa, árbitros e dirigentes), situados dentro do campo.

Em razão do tempo gasto para separar os torcedores, prestação de
socorro e do deslocamento do reforço policial de seus postos de trabalho para as diversas áreas do estádio, a partida ficou paralisada por 1h13' (uma hora e treze minutos). Durante tal período, o comandante do policiamento militar, cel. Adilson moreira, me prestava informações sobre o deslocamento e previsão de chegada ao estádio do reforço policial, razão pela qual aguardei o indicado tempo.

Restabelecida a ordem e distribuídos os policiais em pontos estratégicos, dei reinício ao jogo, que transcorreu até o seu final, sem qualquer outro incidente, salvo o fato de torcedores do Clube Atlético Paranaense haverem jogado uma peça de torneira de metal próximo ao assistente 1, sr. Márcio Eustáquio Santiago, e de torcedores do
Vasco haverem atirado algumas pedras na direção do sr. Weverton P. Silva, goleiro do Clube Atlético Paranaense, valendo esclarecer que nem o goleiro, nem o assistente 1, foram atingidos.

Estes fatos ocorreram a 25 e 30 minutos do segundo tempo, respectivamente. Cumpre esclarecer que a ambulância que prestou socorro ao torcedor ferido retornou ao campo antes do reinício do jogo, também valendo ser dito que havia, ademais, um outro veículo habilitado para resgate (bombeiros voluntários do município).

De outro lado, vale pontuar que o policiamento que havia em campo, antes do início da partida e depois do tumulto relatado, foi composto nos moldes do documento subscrito pelo comandante geral da pmsc, cel Nazareno Marcineiro, que me foi encaminhado pelo chefe do policiamento do jogo, cel. Adilson Moreira, por e-mail, o qual retransmiti para a comissão de arbitragem da CBF, para integrá-lo a este relatório, como o possibilita o art. 11, parágrafo primeiro do estatuto do torcedor, por não ser possível anexá-lo ou
transcrevê-lo neste documento eletrônico.

Ademais, vale registrar que o referido chefe do policiamento do jogo, cel. Adilson Moreira, garantiu a mim, na presença dos demais integrantes da arbitragem e dos delegados especiais, que o contingente era suficiente para dar prosseguimento à partida com plena garantia.


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