Folha de S. Paulo


Presidente do Fluminense admite erros e pede paixão à torcida após rebaixamento

Após a queda para a Série B do Campeonato Brasileiro, o presidente do Fluminense, Peter Siemsen, admitiu que o clube cometeu vários erros durante a temporada.

O time carioca teve seu rebaixamento decretado na última rodada, quando venceu o Bahia por 2 a 1. Apesar do resultado positivo, a equipe não conseguiu se livrar da queda em virtude da vitória do Coritiba sobre o São Paulo por 1 a 0.

"Erros aconteceram esse ano, erros que atrapalharam bastante, como contusões, mudanças de técnico e o resultado acabou sendo ruim no final. O Fluminense vem mudando a sua filosofia, sua organização e vem trabalhando bastante a longo prazo. Isso, eu posso garantir que vai se intensificar", disse em um breve pronunciamento.

"Ano que vem será duro para o torcedor. Não tenho o direito de cobrar nada. Apenas peço que use a paixão. Nos momentos mais difíceis, a paixão fala mais alto, move montanhas. Muitas pessoas e empresas já tiveram momentos muitos ruins e já tiveram coisas novas, boas e um futuro sólido e de sucesso. É nisso que acredito, no nosso trabalho", completou.

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REBAIXAMENTO

O rebaixamento não é novidade para o Fluminense. De 1996 até 1999, o clube enfrentou sucessivas quedas e articulou duas viradas de mesa para retornar à primeira divisão sem precisar conquistar a vaga no campo.

No primeiro ano, o time caiu, mas foi beneficiado por uma virada de mesa no ano seguinte após denúncias de pagamento de propina para árbitros. Ivens Mendes, então diretor da comissão de arbitragem da CBF, foi o principal acusado. A virada de mesa foi comemorada pelos cartolas tricolores com champagne nas Laranjeiras.

No campeonato seguinte, o Fluminense não aprendeu e o time fracassou novamente. Desta vez, o time do coração de João Havelange, então presidente da Fifa, caiu.

Em 1998, o clube sucumbiu pela terceira vez e caiu para a terceira divisão, a última do futebol Brasileiro na época.

No ano seguinte, a Unimed começou a parceria, que dura até hoje. Com dinheiro, o clube apostou no trabalho de Carlos Alberto Parreira, que também torce pelo time tricolor, e venceu a Série C, mas não jogou a segundona.

Em 2000, o Fluminense pulou para a primeira divisão ajudado por uma nova virada de mesa. Desta vez, o caso Sandro Hiroshi, jogador do São Paulo que disputou o Brasileiro do ano anterior com documentação irregular, foi a desculpa.

Na época, o time do Morumbi perdeu pontos e criou um impasse sobre o último rebaixado (Botafogo ou Gama). Com o time de Brasília lutando na Justiça, a CBF articulou uma virada de mesa ao passar a organização do campeonato somente naquele ano para o Clube dos 13, entidade que reúne os principais times do país.

Nesta jogada, Fluminense, Juventude, América-MG e Bahia de voltaram à elite.


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