Folha de S. Paulo


Parentes e amigos se despedem de Nilton Santos no Rio

Parentes, amigos e ex-jogadores de futebol fizeram a última homenagem ao ex-lateral esquerdo do Botafogo e da seleção brasileira Nilton Santos.

Nilton Santos foi morreu nesta quarta-feira no Rio de Janeiro e foi enterrado nesta quinta, no cemitério São João Batista, em Botafogo, na zona sul do Rio.

Um dos amigos que esteve no enterro para prestar sua homenagem ao ídolo alvinegro foi seu ex-companheiro de equipe Cacá, 81.

Para Cacá, Nilton Santos ficará na história do futebol graças a habilidade e classe com que lidava com a bola e por ter sido uma grande figura humana.

"Mesmo que não fosse essa pessoa generosa, ele ficaria para a história de qualquer maneira, porque dentro de campo ele se impunha pela habilidade e finesse que tinha com a bola nos pés. Perdi um grande amigo e o país perdeu essa grande figura que era o Nilton Santos", disse.

Cacá e Nilton Santos jogaram juntos no Botafogo de 1958 a 1962.

O corpo do ídolo do Botafogo foi velado durante toda a manhã na sede social do clube, no bairro de mesmo nome. De lá, à tarde, partiu em carro aberto do Corpo de Bombeiros até o cemitério.

Wagner Meier/Agif/Folhapress
Enterro de Nilton Santos no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro
Enterro de Nilton Santos no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro

O ex-meia do clube alvinegro Afonsinho, 66, também esteve no sepultamento. Ele, que defendeu o clube em 71, não chegou a jogar profissionalmente com Nilton Santos. Afonsinho foi o primeiro jogador brasileiro a ter o chamado passe livre.

O ex-jogador contou que sempre teve grande gratidão por Nilton tê-lo apoiado na época em que brigou pelo passe livre para os jogadores de futebol.

"No momento mais difícil da minha carreira eu tive palavras de apoio do Nilton. Ele era fantástico com e sem a bola nos pés", disse.

Do lado de fora do cemitério, torcedores do Botafogo cantavam o hino do clube em um bar.

Entre os torcedores que foram se despedir do ídolo estava Delneri Martins Viana, 68.

Gaúcho de Rio Grande, o militar da reserva tem 82 tatuagens em seu corpo, a maioria em referência ao Botafogo.

Entre elas estão os rostos de Nilton Santos, João Saldanha e Garrincha. Tem também uma de Zeca Pagodinho e outra de Beth Carvalho, sambistas botafoguenses. No lado direito do peito, um escudo com a estrela solitária, símbolo do clube. No esquerdo, um desenho do estádio do Engenhão, "a casa do Botafogo". Disse que tem ainda espaço em seu corpo para mais outras 20 tatuagens.

Não chegou a ver o Nitlon Santos jogar, mas durante uma feijoada no clube conseguiu que o ídolo autografasse uma camisa do clube.

"Se hoje o Botafogo é o que é, muito se deve ao Nilton Santos", disse.


Endereço da página:

Links no texto: