As obras exigidas pela F-1 para a manutenção do GP Brasil em São Paulo até 2020 custarão aproximadamente R$ 130 milhões. O contrato em vigor vence em 2014.
Trata-se de uma diferença de R$ 270 milhões, bem menos que a metade, dos R$ 400 milhões projetados pelo ex-prefeito Gilberto Kassab para a reforma em Interlagos.
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A diminuição do valor é parcialmente explicada pelo fato de uma intervenção urbanística no entorno do autódromo ter sido descartada.
A prioridade é contentar os times da F-1, que pedem mais espaço para trabalhar, e Bernie Ecclestone, que detém os direitos comerciais da F-1.
A Prefeitura paulista define o "projeto" anunciado por Kassab, ao fim de sua gestão, como uma mera ideia.
"O [Gilberto] Kassab tinha feito aquelas declarações sobre Interlagos, mas ele não deixou nada. Quando assumimos não havia projeto básico, executivo e nem recursos [para a reforma]", argumentou a vice-prefeita Nádia Campeão, ontem à tarde.
"Ele [Kassab] falou de um projeto de R$ 400 milhões... Mas cadê os R$ 400 milhões?", perguntou o atual prefeito, Fernando Haddad, de forma bastante enfática, corroborando sua vice.
Dos recursos obtidos junto ao Ministério do Turismo para serem aplicados em obras no autódromo de Interlagos (R$ 165 milhões), R$ 35 milhões já foram consumidos, segundo a Prefeitura.
Os R$ 130 milhões a serem usados nas melhorias do paddock, que devem ficar prontas em 2015, incluem o recapeamento da pista.
Segundo Haddad, há a possibilidade de existirem dois paddocks em 2015: o atual e um novo, que seria construído na reta oposta.
"Por mim, serão dois paddocks. Falei com o [ex-piloto] Emerson [Fittipaldi] e ele disse que é assim em vários circuitos", defendeu o prefeito.
Ao chegar ao autódromo, Haddad procurou enfatizar o acordo que tem com a F-1 ao afirmar que o contrato para a extensão até 2020 havia sido assinado e que a licitação para as obras estaria em curso.
Porém a Interpro, empresa que promove o GP Brasil, reiterou que detalhes legais ainda devem ser acertados antes da assinatura do contrato.
"Ele [Ecclestone] chegou a se inquietar muito", explicou Haddad, em referência ao período que precedeu seu acordo verbal com o cartola da categoria, quando Ecclestone chegou a cogitar a possibilidade de eliminar a etapa da F-1 de São Paulo.
(EDUARDO OHATA, MARCEL MERGUIZO, PAULO ROBERTO CONDE, TATIANA CUNHA E TIAGO RIBAS)