Folha de S. Paulo


Andorra não vai renovar visto de residência de Ricardo Teixeira

Ricardo Teixeira, 66, recebeu um aviso de que não é bem vindo em Andorra.

O "Diari d'Andorra" publicou ontem que o governo do principado europeu enviou instruções ao Ministério de Justiça e Interior para rejeitar eventual pedido de prorrogação da sua permissão de residência, que terminará em 14 de novembro.

Presidente da CBF entre 1989 e 2012, ele vive em Miami, nos Estados Unidos, desde março do ano passado.

O ex-dirigente não cumpriu o requisito de morar em Andorra por 90 dias. Porém, teria atendido a outros dois: fazer investimento de 400 mil euros ou comprar um imóvel.

De acordo com o jornal andorrano, Teixeira possui uma casa de campo e um apartamento no país.

Como não há acordo de extradição entre Brasil e Andorra, o cartola não seria entregue à Justiça brasileira caso fosse condenado por ela.

Porém, o "Diari d'Andorra" informou que o governo local se incomodou ao ver acusações de corrupção contra Teixeira afetarem sua imagem e avisou que, se houver um pedido de extradição, avaliará as condições jurídicas para cumpri-lo.

A solicitação de visto foi feita por uma empresa que tem como sócio o presidente do Barcelona, Sandro Rosell, amigo de Teixeira.

O Ministério Público do Distrito Federal acusou na Justiça a empresa Ailanto, de Rosell, de superfaturamento e desvio de dinheiro público ao organizar o amistoso Brasil 6x2 Portugal em novembro de 2008, no estádio Bezerrão.

O governo distrital contratou por R$ 9 milhões a Ailanto, que já havia repassado R$ 705 mil a Teixeira.

Rosell e Teixeira são amigos e há ligações empresariais entre eles.

O cartola deixou o comando da confederação por pressão do governo federal e da cúpula da Fifa. Ele era alvo de denúncias de corrupção tanto no Brasil quanto no exterior.

Foi ameaçado de ser expulso da Fifa por suposto envolvimento com o caso ISL, maior escândalo de corrupção da entidade. Após renunciar à presidência da CBF, ele abriu mão também dos cargos na entidade mundial e negou ter recebido a propina.


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