Folha de S. Paulo


Dirigentes precisam ouvir os jogadores sobre calendário brasileiro, diz Blatter

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse nesta sexta-feira que o movimento de jogadores brasileiros que tenta mexer no calendário de jogos no país deve ser ouvido pelos cartolas, incluindo a CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

Em entrevista coletiva em Zurique, na Suíça, Blatter afirmou que o tema é um "assunto interno do Brasil", mas frisou que a Fifa tem procurado ouvir os atletas sobre mudanças no calendário do futebol.

Ele mencionou, por exemplo, um acordo da entidade com a Fipro (Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol) que segue esse caminho.

"Quando falamos sobre uma competição, convidamos os jogadores para participarem em relação à formulação do calendário internacional", disse o dirigente.

Recentemente, um grupo de atletas criou um movimento no Brasil chamado Bom Senso F.C para reivindicar uma série de medidas no futebol brasileiro, entre elas mudança no calendário e punição aos clubes que deverem salários aos jogadores.

Paulo André (Corinthians), Rogério Ceni (São Paulo) e Alex (Coritiba) estão entre os líderes do grupo, que já conta com o apoio de 300 jogadores das séries A e B do Brasileirão. No início da semana, eles se reuniram para preparar uma lista de reivindicações para a CBF.

De acordo com o calendário inicial da entidade, por exemplo, os estaduais do ano que vem devem começar em 12 de janeiro, sem tempo para pré-temporada, devido à Copa do Mundo a partir de junho. O grupo de jogadores quer adiar em pelo menos em uma semana o início dos regionais.

Algumas federações, como as de Rio, Minas e Rio Grande do Sul, já concordaram com a mudança e anunciaram a abertura para 19 de janeiro. O presidente da Federação Paulista, Marco Polo Del Nero, admitiu à Folha na quarta-feira que pode seguir o mesmo caminho.


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