Há bem mais do que atletas insatisfeitos por trás do movimento Bom Senso F.C., lançado há uma semana para tentar desencadear mudanças no futebol brasileiro.
A mobilização dos atletas conta com o apoio de um dos mais premiados publicitários do país, consultoria jurídica, assessoria de imprensa e embasamento teórico fornecido por acadêmicos.
Reprodução/Facebook/Bom Senso F.C. |
Símbolo do grupo de jogadores |
Consultados pela Folha, afirmaram que trabalham voluntariamente para o grupo.
Quase todos já tinham alguma relação com os jogadores que encabeçam o grupo.
A agência de publicidade W/Mccann, de Washington Olivetto, fez a marca do Bom Senso FC, semelhante a um escudo de time de futebol.
Também foi no prédio da agência que os atletas se encontraram nesta semana, para a primeira "reunião física"
A escolha do local se deu pela amizade entre Paulo André e Olivetto, e também pela proximidade com o aeroporto de Congonhas.
Cerca de 20 atletas estiveram na agência, na zona sul de São Paulo, entraram em contato com outros tantos por skype, e desse encontro resultou um documento, que será entregue à CBF.
Na carta, o grupo mostra os cinco pontos que pretendem discutir: calendário, férias, pré-temporada, calotes dos clubes e participação de atletas nos conselhos técnicos das entidades que comandam o futebol brasileiro.
O movimento conta ainda com subsídios acadêmicos. Um dos principais parceiros é a Universidade do Futebol, instituição de ensino online e presencial, especializada em conteúdo sobre futebol.
Outras instituições de pesquisa, como a consultoria BDO e a Faculdade Trevisan, emprestam estudos que embasam as reivindicações.
Há ainda empresas ligadas ao setor financeiro alimentando o movimento com informações, como o funcionamento de repasses aos clubes.
"Eles procuraram nossas informações logísticas, técnicas e científicas para respaldar o que eles sentem dentro de campo", explica João Paulo Medina, idealizador da Universidade do Futebol.
"Nós temos relação com os atletas há tempos. O movimento acontece agora, mas as reivindicações são antigas", acrescenta Medina.
Quem presta assessoria jurídica ao grupo é João Henrique Chiminazzo, que foi chamado por Alex e Paulo André para ajudar o movimento.
"Pela Lei Pelé, os jogadores têm direito a 30 dias de férias corridos, durante o intervalo das competições no país, tem algumas coisas que eles precisam saber na hora de reivindicar", diz o advogado.
Greg Salibian - 6.abr.13/Folhapress | ||
Washington Olivetto, na Sala São Paulo |