Folha de S. Paulo


Barcelona pede registro de marca no Equador por causa de xará sul-americano

Temido dentro de campo por seus adversários, o Barcelona agora também quer demonstrar seu poder fora das quatro linhas. O clube catalão entrou com um pedido junto ao Instituto de Propriedade Intelectual do Equador para registrar no país sul-americano o a marca e seu logotipo, e inclui o uniforme, os jogos (vídeos, brinquedos) e entretenimento em geral.

Tudo porque em Guaiaquil existe o Barcelona desde 1925, fundado por imigrantes catalães. O seu homônimo espanhol é de 1899. O nome e o escudo de ambos são praticamente os mesmos. A diferença é que o primeiro carrega as iniciais BSC, de Barcelona Sporting Club, enquanto o original possui FCB, de Fútbol Club Barcelona.

"Contratamos um especialista em marcas e registros. Vamos defender a história do Barcelona Sporting Club. Não deixaremos que afetem nossa instituição", declarou à imprensa equatoriana o presidente do Barcelona de Guaiaquil, Antonio Noboa.

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O escudo do Barcelona de Guaiaquil (dir.) é praticamente idêntico ao do seu homônimo espanhol
O escudo do Barcelona de Guaiaquil (dir.) é praticamente idêntico ao do seu homônimo espanhol

O pedido foi feito em dezembro pelos espanhóis e a equipe do Equador apresentou uma contestação no último dia 13 de agosto. Ambas as representações estão sendo analisadas pelo instituto local, que deverá abrir na sequência um período para a apresentação de provas. Mas mesmo depois da decisão, ambos os clubes poderão apelar da decisão, indicando que o caso levará um período até ser solucionado.

"Sem saber quais são as intenções do Barcelona da Espanha, quando alguém registra uma marca em um país é porque tem interesses comerciais. Quando querem entrar no mercado, desejam que a marca esteja respaldada com um registro", disse Juan Fernando Salazar, diretor nacional de Propriedade Industrial do instituto equatoriano.

O advogado do Barcelona de Guaiaquil, Juan Carlos Lamota, afirmou à imprensa local que irá recorrer a todas as instâncias legais para que o clube seja reconhecido como uma marca própria e não como uma cópia do time europeu.

"Nós buscamos o reconhecimento no Equador de que o Barcelona é uma marca reconhecida, sem desmerecer o Barcelona da Espanha. Ambas são instituições grandes, mas com histórias distintas."

A regra de propriedade intelectual foi registrada na Convenção de Paris de 1883 e determina que o primeiro registrado tem razão. Mas não exclui a possibilidade da existência de uma semelhança, quando a marca original não está registrada no país onde ocorreu a suposta cópia. A intenção foi a de evitar o surgimento de marcas que confundissem, por meio da semelhança de logotipos e nomes, o consumidor ou cliente.


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