O alemão Thomas Bach, 59, eleito hoje o novo presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), interrompeu uma das diversas entrevistas que deu após o anúncio de sua vitória para atender à uma ligação do presidente russo, Vladimir Putin. A Rússia abrigará em fevereiro a Olimpíada de Inverno, em Sochi.
Bach respondia à pergunta de uma jornalista australiana sobre os problemas de organização das Olimpíadas do Rio, em 2016, quando um assessor disse que ele precisava falar ao telefone. A Folha presenciou esse momento.
| Fabrice Coffrini/AFP |
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| O alemão Thomas Bach, novo presidente do COI |
"Sim, era Putin. Mas não falamos sobre a lei", respondeu o alemão ao retornar. A lei, no caso, é o artigo 50 da legislação do comitê olímpico que proíbe os atletas de protestarem contra a lei anti-gay russa durante os Jogos de Inverno de 2014, em Sochi. A regra diz: Nenhum tipo de manifestação ou propaganda política, religiosa ou racial é permitida em eventos olímpicos".
O novo presidente do COI então falou sobre quais são os desafios para as Olimpíadas do Rio, em 2016. "Temos que trabalhar de perto com o comitê organizador e com as autoridades políticas brasileiras. E vamos começar em breve esse diálogo", afirmou.
Bach, que visitou o Rio em 97, quando a cidade concorria a sede da Olimpíada de 2004, disse à TV Globo que a cidade passou por grandes transformações. "Está diferente."
E voltou a bater na tecla de que a organização dos Jogos no Brasil precisa melhorar sua comunicação com a população, por conta dos protestos sociais.
"É importante que a população saiba claramente os benefícios que ser uma cidade olímpica pode trazer. As obras de infraestrutura, transporte, moradia, projetos que possam melhor a vida dos cidadãos. Esse tipo de comunicação vimos bem em Londres e podemos repetir. Tenho certeza de que teremos o mesmo diálogo com o Rio para que isso possa acontecer."