Folha de S. Paulo


Ex-jogadores pedem saída de Magnano da seleção brasileira de basquete

O técnico Rubén Magnano assumiu a culpa pela eliminação da seleção na Copa América, na Venezuela.

Mas também disparou contra os atletas que disputam a NBA e que pediram dispensa da competição, classificatória para o Mundial da Espanha, no próximo ano.
"Eu sou responsável, mas também os jogadores que decidiram não estar aqui", disse Magnano ao SporTV.

O técnico convocou seis atletas que atuam na liga americana, a mais forte do mundo. Mas recebeu pedidos de desligamento de todos.

Nenê, Anderson Varejão e Leandrinho disseram que precisavam se recuperar de doenças ou lesões. Tiago Splitter quis férias. Lucas Bebê e Vitor Faverani priorizaram treinos de verão na NBA.

A situação é antiga. Nenê só jogou três torneios desde que foi para os EUA, em 2002.

Outras equipes que disputam a Copa América contam com seus astros da NBA.

A Argentina tem em Luis Scola, do Indiana Pacers, seu líder. Em Porto Rico, o destaque é José Juan Barea, do Minnesota Timberwolves.

Dentro e fora de quadra, é o primeiro grande abalo na gestão do argentino Magnano, iniciada em 2010 e até então bem sucedida.

Foi com ele que a seleção voltou aos Jogos Olímpicos --em Londres-- depois de ficar ausente em três edições.

Para ex-jogadores ouvidos pela Folha, a eliminação é inaceitável. Oscar Schmidt pediu a saída do técnico, que tem contrato até 2016.

"Não tem mais clima para ele ficar. Ainda bem que o Brasil só jogou quatro partidas. Se jogasse mais, ia perder mais", disse Oscar.

"Não posso classificar como nada melhor que merda essa participação do time."

Companheiro de Oscar no último grande título do Brasil, nos Jogos Pan-Americanos de 1987, Marcel concordou. "Foi um desastre. Ele tinha que ter tirado o melhor de quem estava lá e isso não aconteceu", afirmou o ex-jogador, que hoje é técnico.

O pivô Anderson Varejão, que ficou afastado do esporte devido a uma embolia pulmonar, disse que "o momento é de reflexão". "É pensar o que se pode tirar de lições dessa campanha ruim e olhar para frente", disse.

O Brasil tem história rica em Mundiais. Foi campeão em 1959 e 1963, prata em 1970 e bronze em 1978. Mas, pela primeira vez, não obteve em quadra vaga para o torneio. Depende de convite da Fiba.


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