Folha de S. Paulo


COI cobra definição sobre orçamento dos Jogos-16 e infraestrutura do Rio

A presidente da Comissão de Coordenação para os Jogos-2016, Nawal El Moutawakel, definiu ontem as três principais prioridades do COI (Comitê Olímpico Internacional) para os organizadores da próxima Olimpíada.

Depois de dois dias de encontro com políticos e dirigentes brasileiros, a marroquina cobrou o orçamento atualizado dos Jogos, que está há mais de um ano atrasado. Exigiu também a definição da entrega das instalações esportivas e das obras de infraestrutura da cidade.

"Precisamos trabalhar com prazos e, em alguns casos, sabemos que o tempo que temos já está muito apertado", afirmou a dirigente.

O COI classifica cada item da organização olímpica por cores. O último relatório de risco apontou que 22 dos 44 capítulos estão classificados pela com a cor verde, que significa em bom andamento. O restante aparecia com sinais vermelhos ou amarelos. A informação foi divulgada pelo "O Estado de São Paulo".

Para a presidente da comissão, as obras para melhorar o sistema da transporte da cidade são uma das principais preocupações.

"Vai ficar sempre no vermelho. As obras vão acabar bem perto da abertura do evento. Por isso, só vamos nos despreocupar quando tudo estiver pronto", disse.

O diretor-executivo do COI, Gilbert Felli, contou que as arenas de polo aquático e ciclismo estão indefinidas.

Ameaçado de demolição, o Parque Aquático Júlio Delamare deverá ser usado no torneio de polo. Além disso, a canoagem poderá ser transferida para Foz de Iguaçu.

A demora na licitação para a construção do Parque de Deodoro também preocupa.

Apesar da cobrança, Nawal preferiu ser política e também fez elogios aos brasileiros.

"É claro que muito foi conquistado em várias áreas diferentes", disse, citando definições sobre tecnologia e a segurança dos Jogos.

Ela elogiou também as manifestações que ocorreram durante a realização da Copa das Confederações.

"Achamos que é saudável as pessoas pedirem por mais educação, saúde. E acreditamos que o esporte pode trazer mais educação e ajudar a saúde. Apoiamos as ideias dos que protestavam."

Após a reunião de ontem, Nawal minimizou o vazamento do relatório de risco dos Jogos. "Aquilo não é um bíblia. É uma obra em progresso. Este documento mostra onde estamos e para onde vamos", afirmou a marroquina.

"Os Jogos do Rio não correm risco", acrescentou Nawal.

Ricardo Moraes/Reuters
Nawal El Moutawakel (centro) durante entrevista no Rio de Janeiro
Nawal El Moutawakel (centro) durante entrevista no Rio de Janeiro

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