Folha de S. Paulo


Rússia garante ao COI que lei antigay não irá afetar Olimpíada

A Rússia garantiu ao Comitê Olímpico Internacional (COI) que a lei antigay que provocou protestos em muitos países não irá afetar os atletas ou o público que comparecer à Olimpíada de Inverno em Sochi em 2014.

O COI, que pediu esclarecimentos com relação à lei neste mês, disse que a Rússia havia se comprometido em seguir a Carta Olímpica.

"Recebemos hoje fortes garantias por escrito do governo russo de que todo mundo será bem recebido nos Jogos em Sochi, não importando sua orientação sexual", disse o presidente do COI, Jacques Rogge, em um comunicado.

"Em sua carta, o vice-primeiro-ministro [Dmitri] Kozak destaca que 'A Rússia se comprometeu em cumprir rigorosamente as disposições da Carta Olímpica e seus princípios fundamentais, seguindo o item 6 segundo o qual "qualquer forma de discriminação com relação a um país ou a uma pessoa por motivos de raça, religião, política ou gênero é incompatível com o Movimento Olímpico", disse Rogge.

A lei russa provocou escândalo internacional e houve pedidos de boicote aos Jogos no ano que vem. Vários atletas nos campeonatos mundiais de atletismo em Moscou neste mês expressaram sua oposição à lei.

Os críticos dizem que a nova lei proíbe todas as manifestações pelos direitos dos homossexuais e pode ser usada para processar quem estiver expressando apoio aos homossexuais.

"A Federação Russa garante o cumprimento de suas obrigações perante o Comitê Olímpico Internacional em sua totalidade", escreveu Kozak em sua carta ao COI.

"Principalmente, a legislação da Federação Russa não estipula nenhuma restrição ou diferenciação dos direitos e responsabilidades de cidadãos tendo por base a orientação sexual. A discriminação contra minorias sexuais, assim como qualquer outra discriminação, é expressamente proibida pela Constituição da Federação Russa".


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