Folha de S. Paulo


Bolt disputa o revezamento 4 x 100 m livre e tenta fazer história

Usain Bolt escreveu ontem mais um capítulo em seu domínio das provas de velocidade do atletismo. E ampliou a hegemonia de seu país.

O jamaicano venceu os 200 m rasos no Mundial de Moscou com 19s66, soltando o ritmo nos últimos metros. Já havia vencido os 100 m.

Hoje, às 11h40 (de Brasília), disputa o revezamento 4 x 100 m livre. Se ganhar mais um ouro, igualará as oito vitórias em Mundiais de Michael Johnson e Carl Lewis.

Com suas outras duas medalhas de prata, se tornará o maior medalhista da história neste tipo de competição.

Com os pódios de Bolt nos 100 m e 200 m e de Shelly- -Ann Fraser-Pryce nas mesmas provas na Rússia, a Jamaica impõe o quinto ano seguido de soberania em Mundiais e Olimpíadas.

A ascensão dos caribenhos está ligada à explosão do fenômeno Bolt, 26, em 2008.
Desde que ele bateu pela primeira vez o recorde mundial dos 100 m, a Jamaica está invicta em provas masculinas de velocidade.

O país conquistou os seis ouros nos 100 m, 200 m e 4 x 100 m nos Jogos de Pequim e de Londres. Repetiu a dose nos Mundiais de Berlim-2009 e Daegu-2011.

O único arranhão recente à imagem dos jamaicanos foi o escândalo de doping que envolveu os medalhistas olímpicos Asafa Powell e Sherone Simpson, em julho.

Editoria de Arte/Folhapress

TROCA DE BASTÃO

Na era pré-Bolt, quem ditava o ritmo eram os EUA.

Em 25 edições dos Jogos, os americanos venceram a prova masculina dos 100 m 16 vezes, e a dos 200 m, 17.

Mas passaram zerados na Olimpíada de Pequim.

Nos 11 primeiros Mundiais, de 1983 a 2007, os EUA somaram 23 ouros em provas masculinas das duas distâncias mais rápidas das pistas, contra nenhum dos jamaicanos.
A média de ouros dos velocistas da Jamaica nos últimos três Mundiais (2,3) é melhor que a registrada pelos EUA durante seu domínio (2,1).

Para Marcos Duarte, professor de engenharia biomédica da Universidade Federal do ABC, a troca de bastão se deve a uma combinação propícia aos jamaicanos.

"Há uma predisposição genética, já que estudos apontam que os jamaicanos têm músculos com grande quantidade de fibras rápidas e explosivas. E a isso se alia um grande interesse de massa, que cria gerações. Bolt é filho desse interesse", disse.

O atletismo é o esporte mais popular na Jamaica. Torneios colegiais reúnem milhares de participantes.

No feminino, as batalhas com os EUA são mais equilibradas. Ainda assim, as compatriotas de Bolt aumentaram o número de conquistas.

Com os títulos de Shelly-Ann Fraser-Pryce nos 100 m e 200 m, as caribenhas alcançaram cinco ouros em provas de velocidade em Mundiais desde 2007. Os EUA, no mesmo período, somaram três.

NA TV
Mundial de Moscou
9h SporTV


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