Folha de S. Paulo


Superliga de vôlei testará jogos com sets de 21 pontos

A Superliga, principal campeonato nacional de vôlei, será disputada em sets de 21 pontos nesta temporada --na regra atual, são 25 pontos.

A decisão foi tomada ontem, em reunião entre a CBV (Confederação Brasileira de Voleibol), os clubes participantes do torneio e a Comissão Masculina de Atletas.

Além do menor número de pontos por set, os árbitros serão instruídos a diminuir o tempo de espera entre os pontos e um novo saque.

A medida visa acelerar as partidas e torná-las mais atraentes para a televisão e o público --o torneio será transmitido por Globo, SporTV e Esporte Interativo.

A Superliga é o primeiro Nacional no mundo a testar a nova regra. Um dos motivos para o pioneirismo brasileiro é a influência de Ary Graça, que preside a CBV e a FIVB (a federação internacional).

O dirigente é um dos principais defensores do novo modelo e espera usar a experiência brasileira como exemplo para mudar a regra nas competições internacionais.

O set com 21 pontos já está sendo utilizado no Paulista masculino, que começou a ser disputado neste mês.

Ontem, na vitória do Sesi sobre o Atibaia por 3 sets a O, o locutor do ginásio da Vila Leopoldina explicava para o público a nova regra e dizia que as mudanças eram "para melhorar a dinâmica do jogo para a torcida e para a TV".

Mas não é só o público que ainda se acostuma com a novidade. Técnicos e jogadores também estão se adaptando ao novo sistema de disputa, que já é alvo de críticas.

Para o técnico do Sesi, Marcos Pacheco, a mudança é muito maior que a diferença de quatro pontos faz parecer.

"É uma mudança na essência do jogo. Depois do segundo tempo técnico [com 15 pontos], não dá tempo para fazer nada", afirmou.

Na opinião dele, este período de adaptação das equipes paulistas à nova regra dará a elas uma pequena vantagem no início da Superliga.

Já para o líbero Escadinha, do Sesi, a nova pontuação prejudica as equipes mais técnicas. Ele acredita que os times ficarão mais nivelados.

"O set de 21 pontos não te dá chance de recuperação. Ficou um jogo mais rápido e intenso. Se um time tecnicamente inferior acerta dois ou três aces, fica complicado recuperar", disse o campeão olímpico em 2004.

Pelo menos para o público no ginásio a mudança parece ter sido positiva. O aposentado Wilson Alves, 66, espectador assíduo, foi um dos que elogiaram a iniciativa.

"Achei bom porque agora eu chego mais cedo em casa", disse, em meio a risadas.

p(tagline) Colaborou FERNANDO ITOKAZU, de São Paulo

Edno Luan/Futura Press/Folhapress
O técnico Marcos Pacheco, do Sesi, durante a partida contra o Atibaia
O técnico Marcos Pacheco, do Sesi, durante a partida contra o Atibaia

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