Folha de S. Paulo


Liquidação do Banco Rural abre crise na CBF

O diretor financeiro da CBF, Antônio Osório, e o tesoureiro Ariberto Pereira dos Santos foram afastados pela cúpula da entidade.

Eles deixaram os cargos após reunião tensa com o vice-presidente Marco Polo Del Nero. A CBF não quis comentar o motivo do afastamento.

Eles eram homens de confiança de Ricardo Teixeira, ex-presidente da entidade.

Segundo a Folha apurou, a situação do Banco Rural foi o estopim da crise.

Na sexta, o Banco Central decretou a liquidação do banco, que era responsável pelas remessas cambiais da CBF. Com o fechamento, parte do dinheiro da confederação ficou retido. O fato desagradou ao presidente da entidade, José Maria Marin, e a Del Nero.

Jorge Adorno /Reuters
Marin (dir.) conversa com Marco Polo durante evento da Conmebol
Marin (dir.) conversa com Marco Polo durante evento da Conmebol

Pela decisão do BC, os investidores e clientes do banco serão ressarcidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos) até o limite de R$ 250 mil para pessoa física e de R$ 20 milhões para quem comprou títulos com direito de cobertura especial.

Osório recebe cerca de R$ 100 mil mensais. Já Santos, aproximadamente R$ 40 mil.

De acordo com a entidade, os dois foram remanejados para outros setores. Em nota, afirmou que "as medidas administrativas devem permanecer no âmbito interno da entidade" e que as alterações de cargos são "desprovidas de interesse público".

Santos vai para o departamento de seleções. Osório tem o destino indefinido.

Desde a saída de Teixeira, Santos e Osório assinavam os cheques da entidade. Em 2001, o tesoureiro foi investigado pela CPI do Futebol, no Senado. Ele admitiu usar sua conta particular para gerir recursos da CBF. Foi acusado de operar possível caixa dois.


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