Folha de S. Paulo


Astro do Yankees leva gancho de 211 jogos por doping

A Major League Baseball (MLB, sigla em inglês da Liga Americana de Beisebol) suspendeu o dominicano Alex Rodríguez, 38, por 211 jogos (até o final de 2014) pelo seu envolvimento com a clínica Biogenesis, da Flórida, acusada de participar de um esquema de produção de substâncias dopantes para os jogadores de beisebol.

É aguardado que o atleta recorra da decisão. Rodríguez é o atleta mais bem pago na história da modalidade e um dos maiores jogadores da atualidade. Ele defende justamente o time mais conhecido do país, o New York Yankees.

Drew Hallowell-3.ago.2013/AFP
Alex Rodriguez atira o seu taco após arremessar bola
Alex Rodriguez atira o seu taco após arremessar bola

Três vezes eleito melhor da Liga Americana, Rodríguez estrearia na segunda-feira contra o Chicago White Sox, sua primeira atuação desde a cirurgia de quadril realizada em janeiro.

Rodríguez não joga desde outubro do ano passado, devido a uma lesão no quadríceps. O atleta demonstrou preocupação com o momento e com o fato de as pessoas estarem tentando encontrar formas de cancelar o seu contrato.

Em 2010, o jogador do New York Yankees se tornou o mais jovem a atingir a marca do 600º home run na MLB, aos 35 anos.

Este não é o primeiro escândalo de doping em que Rodríguez se envolve. No começo da década passada, ele admitiu ter usado esteroides quando defendia o Texas Rangers. Nesta época, assinou com os Yankees o maior contrato da história do beisebol, válido por dez anos: US$ 275 milhões (equivalente hoje a mais de R$ 600 milhões).

O atleta recebeu a maior pena por doping já imposta pela MLB pois cometeu outros delitos, incluindo a tentativa de encobrir suas violações, disse o comissário da MLB Bud Selig em um comunicado.

MAIS PUNIDOS

Outros 12 jogadores foram suspensos por 50 partidas e, segundo a imprensa americana, todos eles aceitaram a punição e não apelarão. Com isso, começam a cumprir a suspensão a partir desta segunda-feira. Eles vão cumprir suas penas --cerca de oito semanas na MLB-- a tempo de se juntar às suas equipes para a fase final da pós-temporada.

A lista dos 12 atletas, divulgada pelo canal "Fox Sports" tem os americanos Antonio Bastardo (Philadelphia Phillies), Jordany Valdespín (New York Mets) e Jordan Norberto (agente livre).

Também foram punidos os dominicanos Nelson Cruz (Texas Rangers), Johnny Peralta (Detroit Tigers), César Puello (New York Mets), Fernando Martínez (New York Yankees) e Fautino de los Santos (agente livre), o nicaraguense Everth Cabrera (San Diego Padres) e os venezuelanos Francisco Cervelli (New York Yankees) e Jesús Montero (Seattle Mariners).

Já os dominicanos Bartolo Colón (Oakland Athletics) e Melky Cabrera (Toronto Blue Jays) e o americano de origem cubana Yasmani Grandal (San Diego Padres), que já tinham sido suspensos por 50 jogos na última temporada, não tiveram sua punição ampliada. Por sua vez, o americano de origem cubana Gio González (Washington Nationals) e o americano Danny Valencia (Baltimore Orioles) foram absolvidos.

Drew Hallowell-3.ago.2013/AFP
Alex Rodríguez em ação pelo New York Yankees
Alex Rodríguez em ação pelo New York Yankees

DOPING NO BEISEBOL

Na segunda metade da década passada, a MLB encomendou um relatório sobre doping e detectou que boa parte de seus astros faziam uso de doping.

"Todos os envolvidos com o beisebol nos últimos anos, de dirigentes a jogadores, compartilham a responsabilidade pela era de esteroides", acusou, em 2007, o ex-senador democrata George Mitchell, autor do relatório.

O texto, de 304 páginas, também mostrou que a política de combate ao uso de drogas no esporte, promovida pela MLB, foi ineficaz. Pior: ajudou a disseminar o doping entre crianças e adolescentes que seguem os exemplos de seus ídolos.

BRASILEIRO SUSPENSO

Em abril de 2012, o arremessador brasileiro André Rienzo, 23, do Chicago White Sox, foi suspenso por 50 jogos por uso de substância proibida.

O jogador, que na época fazia parte de uma espécia de divisão de acesso da MLB (Major League Baseball), testou positivo para estanozolol, uma substância que aumenta a performance.

"Eu quero deixar claro para a Major League Baseball e para o Chicago White Sox que eu nunca tomei uma substância proibida intencionalmente", disse Rienzo em um comunicado publicado pela franquia.

"Infelizmente, durante as férias, eu usei um suplemento dietético que eu comprei em uma loja de comida no Brasil, acreditando não ter problemas. E agora parece que o suplemento estava contaminado. Eu entendo que eu sou responsável por aquilo que eu tomo e aceito a suspensão de 50 jogos", completou o brasileiro, ainda no ano passado.

Atualmente, Rienzo defende o Chicago White Sox na principal liga americana de beisebol, tendo sido o segundo brasileiro a estrear na liga.


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