Folha de S. Paulo


Cabral cancela demolição do Célio de Barros e espera por fim da concessão do Maracanã

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou nesta sexta-feira que o estádio de atletismo Célio de Barros não será mais demolido - assim como já havia sido definido com o Parque Aquático Júlio Delamare, no Complexo do Maracanã, zona norte do Rio. A decisão vai na contramão do que se previa no processo para privatizar o espaço.

Cabral disse que não está descartada a possibilidade de cancelar a concessão do Maracanã. No momento, a proposta está suspensa.

"Vou aguardar resposta do consórcio [Maracanã]. Se não for viável não tenho o que fazer. Não posso brigar", afirmou o governador.

20.out.11/AFP
Imagem aérea do Maracanã com o estádio de atletismo Célio de Barros abaixo
Imagem aérea do Maracanã com o estádio de atletismo Célio de Barros abaixo

Sérgio Cabral explicou que voltou atrás em relação ao Célio de Barros em função de pedidos da Justiça e do desejo da sociedade civil. Ele divulgou a decisão após se reunir pela manhã com membros do governo, da Farj (Federação de Atletismo do Estado do Rio) e da empresa que administra o complexo esportivo, desde o início do mês, a Consórcio Maracanã.

Após a mudança, o presidente do consórcio, João Borba, afirmou que vai estudar os planos de negócios e investimentos no complexo do Maracanã, que seriam da ordem de R$ 600 milhões para transformar o espaço em área de entretenimento, esporte e lazer. O grupo terá um prazo de 15 a 20 dias para decidir como resolver o problema, não previsto na licitação.

A Federação de Atletismo calcula que a recuperação da pista de atletismo e dos equipamentos do Célio de Barros ficaria fique em torno de R$ 8 milhões. A reforma estrutural das arquibancadas, no entanto, que estariam comprometidas desde 2001, segundo Cabral, ainda teriam que ser avaliadas.

Em junho passado, o Consórcio Maracanã, formado pelas empresas Odebrecht, AEG e IMX, ficou com a gestão do Maracanã até junho de 2048. A empresa terá de realizar investimentos estimados em R$ 594 milhões e pagará R$ 5,5 milhões anuais pela exploração do estádio.

A reforma do Maracanã e seu entorno consumiu dos cofres estaduais R$ 1,2 bilhão. A reabertura completa do estádio ocorreu no último domingo, com o empate em 2 a 2 entre Brasil e Inglaterra.

CÉLIO DE BARROS

O estádio de atletismo foi reinaugurado no Complexo do Maracanã, em outubro de 1974. Hoje, ocupa área total de 18.714 metros quadrados, com 15.501 metros quadrados de área construída, 756 metros quadrados para estacionamento e 457 metros quadrados de jardins e capacidade para 9.143 pessoas, sendo 8.000 nas arquibancadas, 1.053 nas cadeiras e 50 na tribuna de honra, segundo dados oficiais do governo.


Endereço da página: