Folha de S. Paulo


Futuro de estádio de atletismo no Rio deve ser definido na sexta-feira

A reunião entre o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e o presidente da Federação de Atletismo do Rio, Carlos Lancetta, na tarde desta quarta-feira (31) não definiu o futuro do estádio Célio de Barros, mas deu esperanças para seus usuários. Ele pode ser reformado ou, em caso de demolição, haverá construção de um equipamento com estrutura maior do que a existente atualmente.

A definição deve sair de reunião marcada para a próxima sexta-feira (2), da qual participarão Cabral, Lancetta, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB) e o presidente do consórcio que administra o Maracanã, João Borba.

O encontro faz parte da estratégia de Cabral de recuar de decisões antipopulares a fim de tentar conter a queda de sua popularidade. Há dois dias, ele anunciou a desistência em demolir o parque aquático Julio Delamare.

Os dois equipamentos esportivos iriam abaixo para abrir espaço para estacionamentos e lojas a serem construídas pelo novo gestor do Maracanã. Eles seriam substituídos por centros de treinamento de menor porte em localização próxima ao estádio.

Mas Lancetta afirma que o Célio de Barros tem valor histórico para o atletismo nacional. Ali foi o local onde foi quebrado um recorde mundial pelo então juvenil Joaquim Cruz, em 1981. Uma carta do atleta foi entregue para Cabral.

"Foi reaberto um canal diálogo que não existia. O governador foi muito sensível às nossas inquietudes", disse Lancetta, que se emocionou durante a coletiva. "Nosso objetivo é manter o Célio de Barros".

De acordo com o secretário de Esportes, André Lazaroni, que esteve presente à reunião, há a opção de reformar o atual estádio ou construir um novo espaço em condições melhores do que a atual. Ele reconheceu que o governo não vinha dialogando de forma adequada com as entidades esportivas.

"Foi a forma que o governo vinha se posicionando. As manifestações trouxeram todos os políticos de volta à população", disse Lazaroni.

A demolição dos dois equipamentos esportivos era considerada essencial pelo Estado para dar viabilidade econômica ao estádio quando sob gestão privada. O governo, porém, tem o poder de alterar as intervenções exigidas. O consórcio que administra o Maracanã ainda não se posicionou sobre as mudanças de planos.


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