Os principais envolvidos nas propostas do novo chefão do atletismo nacional ouvidos pela Folha concordam que é preciso haver mudanças, mas levantam questionamentos sobre a forma de aplicá-las.
"Desde 2008 fazemos 'training camp' duas vezes por ano fora do país. Todo mundo faz. É uma mudança polêmica [aumentar a concentração]", afirma Nélio Moura, treinador de campeões olímpicos, como Maurren Maggi.
| Raimundo Pacco - 26.ago.2008/Folhapress |
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| O técnico Nélio Moura desfila por São Paulo com Maurren Maggi em carro dos bombeiros com o ouro de Pequim-2008 |
"A gente mora muito longe de onde as coisas acontecem. Mas concentrar vai fazer treinar melhor? Não necessariamente. Não podemos transformar em um Big Brother. O segredo é achar o tempo adequado", diz Moura.
Ele lembra, por exemplo, que o Brasil tem diversos títulos no salto triplo, mas não criou uma escola na prova.
"Os treinadores poderiam conversar mais uns com os outros. Agora todos estão convidados a mandar sugestões para o fórum. Mas tenho medo da coisa padronizada. Talvez seja nossa vantagem trabalhar a diferença", diz.
| Lalo de Almeida - 17.jul.12/Folhapress |
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| O amazonense Sandro Viana treina para o revezamento 4 x 100 m antes da Olimpíada de Londres-12 |
Para o velocista Sandro Viana, o problema será técnicos e atletas entenderem e aceitarem as mudanças.
"É preciso mais monitoramento do que está sendo feito, sim. Mas os treinadores tem que evoluir também".
Robson Caetano, ainda hoje recordista sul-americano dos 100 m, concorda que falta "qualidade no treinamento", mas cobra os atletas.
"Esta geração é mais acomodada. Os técnicos precisam exigir mais deles. Sou a favor de concentrar mais. Tem muito atleta medíocre que acha que é o máximo", diz o ex-atleta.