Folha de S. Paulo


Cielo é bicampeão nos 50 m borboleta do Mundial; Nicholas Santos é 4º

Cesar Cielo conquistou a medalha de ouro dos 50 m borboleta no Mundial de Barcelona, na Espanha, nesta segunda-feira, e se sagrou bicampeão da prova. Nicholas Santos, por sua vez, ficou em quarto lugar.

Campeão em 2011, em Xangai, na China, Cielo cravou o tempo de 23s01 na prova que não é olímpica. A medalha de prata ficou com o americano Eugene Godsoe (23s05), enquanto o francês Frederick Bousquet (23s11) conquistou o bronze. Nicholas terminou a disputa com o tempo de 23s21.

"É minha décima medalha de Mundial. Quando era um menino, eu não podia imaginar que fosse chegar aqui. Se o mundo acabar amanhã, eu estou feliz. Vou me divertir", afirmou Cielo em entrevista para o canal SporTV.

Esta foi a sétima medalha do Brasil no Mundial de Barcelona, a segunda na natação. A primeira foi de Felipe Lima, bronze nos 100 m peito. As outras foram obtidas na maratona aquática.

A prova colocou lado a lado os mais velozes do mundo na atualidade nos 50 m borboleta e rivais dentro de casa. Os dois haviam se classificado para a final com os melhores tempos das semifinais, os melhores desta temporada.

Nicholas, 33, avançou à decisão com 22s81. Cielo, 26, ficou logo atrás, com 22s86. A rivalidade carregada pelos dois para o Mundial foi moldada dentro de casa.

Os nadadores travam disputas acirradas nos campeonatos no Brasil. No Troféu Maria Lenk deste ano, por exemplo, Nicholas ganhou o ouro nos 50 m borboleta. Cielo ficou com a prata. E, ao mesmo tempo em que acirraram a rivalidade, os nadadores se aproximaram.

Os dois treinaram juntos no Pinheiros, em São Paulo, e dividiram casa em Auburn. Quando o campeão mundial quis montar sua própria equipe após sua passagem pelos EUA, Nicholas entrou na aventura com ele.

Os dois treinaram juntos na PRO 2016 de 2011 até o fim do time, no início do ano. Cielo decidiu parar de trabalhar com o técnico Alberto Pinto, o Albertinho, e convidou o norte-americano Scott Goodrich para orientá-lo.

Nicholas continua a trabalhar com Albertinho. Cielo dizia que Nicholas o ajudava muito nos treinos, porque tinha um adversário à altura para desafiá-lo. E acredita que os anos de treinamento lado a lado ajudaram os dois a evoluir.

Nicholas não pôde tentar brigar por medalha com Cielo em Xangai-2011. Ele perdeu a vaga por causa do caso positivo de doping que atingiu a PRO 2016.

Os nadadores foram apenas advertidos, e Cielo competiu. Mas Nicholas, por ter testado positivo no Troféu Maria Lenk, teve seus tempos cancelados. Era exatamente a marca obtida naquela competição que dava a vaga a ele.


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