Folha de S. Paulo


Dilma diz que Djalma Santos deixou exemplo de integridade no esporte

Exemplo de integridade por nunca ter sido expulso. Foi assim que a presidente Dilma Rousseff citou Djalma Santos, 84, bicampeão mundial pelo Brasil e que morreu na noite de terça, em Uberaba (MG), em decorrência da pneumonia grave e da instabilidade hemodinâmica após 23 dias internado.

Por meio de uma nota oficial, a presidente ainda lembrou de um encontro que teve com o ex-jogador, em maio, durante um evento em Uberaba.

"O futebol está de luto. Bicampeão mundial, o lateral Djalma Santos deixa às gerações de amantes do esporte um exemplo de retidão. Nunca foi expulso, mesmo tendo de marcar os melhores jogadores da sua época. Djalma Santos encantava em campo e fora dele. Eu o vi pela última vez em Uberaba, em maio, na abertura da Expozebu. Foi emocionante vê-lo na cerimônia abraçado a Pelé, exemplos de hoje e sempre. À família e a amigos minha solidariedade nessa hora de dor", disse a presidente.

O corpo do ex-lateral será velado na Câmara de Uberaba nesta quarta-feira. O enterro ocorrerá às 16h. A cidade decretou luto de três dias.

Djalma Santos estava internado no hospital Doutor Helio Angotti, em Uberaba, desde o dia 1º de julho. Ele é considerado um dos maiores laterais da história do futebol brasileiro e jogou por apenas três clubes: Portuguesa, Palmeiras e Atlético-PR.

Djalma Santos nasceu em São Paulo em 27 de fevereiro de 1929. Quando despontou na Portuguesa, no final dos anos 40, era conhecido apenas de Santos. Chegou a atuar como meio-médio, como um volante, mas foi na lateral direita onde explodiu.

Ele participou, com destaque, de três jogos do Brasil na Copa de 1954, na Suíça.

No Mundial de 1958, atuou apenas a partida final, na vaga de De Sordi, que não tinha condição de jogar. O Brasil venceu a Suécia por 5 a 2, e Djalma teve ótima atuação, o que fez ser apontado como um dos principais atletas do torneio.

No período em que esteve na Portuguesa, o clube conquistou dois títulos do prestigiado Torneio Rio-São Paulo, em 1952 e1955.

Djalma atuou pelo Palmeiras entre 1959 e 1968. Lá, pelo time, que ficou conhecido como "Academia", conquistou duas Taças Brasil (1960 e 1967), um torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967), um Rio-São Paulo (1965) e três Paulistas (1959, 1963 e 1966).

Na Copa de 1962, ele brilhou novamente ao participar das seis partidas da campanha vitoriosa no Chile.

Djalma também defendeu a seleção brasileira na Copa da Inglaterra, em 1966, quando jogou duas vezes.

O atleta encerrou a sua passagem pelo Palmeiras com 498 partidas (295 vitórias, 105 empates e 98 derrotas).

Os dois últimos anos de sua carreira foram no Atlético-PR, clube por qual ganhou seu último título, o Paranaense, em 1970, aos 41 anos. Sua despedida da equipe aconteceu em um amistoso no dia 21 de janeiro de 1971.

CONFIRA A ÍNTEGRA DA NOTA DA PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF:

"O futebol está de luto. Bicampeão mundial, o lateral Djalma Santos deixa às gerações de amantes do esporte um exemplo de retidão. Nunca foi expulso, mesmo tendo de marcar os melhores jogadores da sua época.

Djalma Santos encantava em campo e fora dele. Eu o vi pela última vez em Uberaba, em maio, na abertura da Expozebu. Foi emocionante vê-lo na cerimônia abraçado a Pelé, exemplos de hoje e sempre.

À família e aos amigos minha solidariedade nessa hora de dor.

Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil"


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