Folha de S. Paulo


Irã impede que capitão de sua seleção jogue em país vizinho

Cartolas iranianos vetaram a transferência do capitão da seleção a um time dos Emirados Árabes por considerarem uma afronta à soberania iraniana o novo nome da liga de futebol no país vizinho.

O veto da federação do Irã foi anunciado no domingo, dias após o meia Javad Nekounam voltar de Dubai, onde ele tratara sua transferência ao Al Sharjah por US$ 2 milhões (cerca de R$ 4,5 milhões).

Fadi Al-Assaad - 6.set.11/Reuters
O iraniano Javad Nekounam
O meia iraniano Javad Nekounam

Ele já atuou pelo Al Sharjah, em 2006, antes de ir à Espanha, onde passou seis temporadas no Osasuna. Joga atualmente pelo Esteghlal de Teerã, time do presidente Mahmoud Ahmadinejad.

"Pediremos ao presidente [Ahmadinejad] que compense [Nekounam]", disse o chefe da federação iraniana de futebol, Ali Kafashian, ecoando a intensa proximidade entre política e futebol no Irã.

Kafashian afirmou que o veto se aplica a pelo menos oito outros jogadores com proposta para jogar nos Emirados Árabes. Segundo ele, todos serão compensados.

Recém-transferido a um time emirense, o atacante da seleção iraniana Mohammad-Reza Khalatbari disse que autoridades do país já iniciaram trâmites para repatriá-lo.

A federação iraniana não explicou as razões do veto.

Mas a imprensa do Irã diz que a medida é uma represália aos Emirados Árabes Unidos, que renomearam neste ano seu campeonato como Liga do Golfo Árabe, numa referência às águas que iranianos consideram persas e chamam de golfo Pérsico.

A mudança de nome do campeonato, antiga Liga Profissional dos Emirados Árabes Unidos, foi vista em Teerã como provocação, já que a maioria dos países reconhece este braço estratégico no Índico como golfo Pérsico.


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