O Brasil faz contra a Rússia sua estreia nas finais da Liga Mundial nesta quarta-feira, às 17h30 (de Brasília), na cidade argentina de Mar de Plata. A partida é válida pelo grupo E, que também tem o Canadá.
Para um jogador da seleção, o confronto e a etapa decisiva do torneio têm significados muito mais especiais. Levantador reserva da equipe comandada por Bernardinho, William Arjona, 33, deslanchou na carreira justamente no país anfitrião do torneio.
William foi tetracampeão argentino pelo Bolívar entre 2006 e 2010, e faturou 21 títulos em 22 torneios disputados com o time. É praticamente um local.
"A Argentina foi um lugar muito especial em minha vida. Foi com certeza onde dei um salto de qualidade na minha vida profissional. Voltar para cá significa uma lembrança positiva, de poder encontrar amigos que deixei. É muito gratificante", disse à Folha o paulistano.
| Fabio Braga/Folhapress | ||
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| O levantador William Arjona durante um treinamento |
O Bolívar encerrou suas atividades neste ano, mas a passagem pela Argentina deixou marcas no jogador.
William afirmou que adotou hábitos da cultura de lá, como tomar mate e apreciar vinhos. Fez amigos e ganhou até uma espécie de "fã-clube", formado por "torcedores mais fiéis que eram umas senhoras que sentavam na primeira fila do ginásio".
Por causa de todo o sucesso que fez no país hermano, William recebeu convites para se naturalizar e até cogitou obter o passaporte argentino. "Seria uma oportunidade de possivelmente disputar um Mundial ou até mesmo uma Olimpíada, mas estou feliz em vestir a camiseta do meu país", declarou.
A volta ao Brasil e o sucesso no Sada Cruzeiro, equipe que é a atual vice-campeã mundial e da Superliga, impediram que ele defendesse o azul e branco.
Há três meses, ele acabou convocado por Bernardinho para os treinos da seleção brasileira em Saquarema. Depois, foi confirmado na Liga Mundial.
No último final de semana, após ser titular nas duas vitórias sobre os Estados Unidos --Bruno foi poupado por indisposição--, acabou avisado pelo técnico que disputaria a decisão da Liga, que vai até domingo. Na "sua" Argentina.
Foi um anúncio importante, já que ele concorria à vaga com Raphael, levantador campeão mundial pelo Trentino. No final do caminho está a Olimpíada do Rio, em 2016.
"Esta seleção tem muita vontade de seguir fazendo história, e por isso vai lutar muito para conseguir esse título da Liga Mundial. Com certeza estando aqui dentro o sonho de estar em 2016 aumenta muito, mas ainda tem muito tempo", afirmou.
Depois da partida desta quarta-feira, contra a Rússia, o Brasil vai encarar o Canadá na sexta-feira. No outro grupo da fase final, o D, estão Itália, Bulgária e a anfitriã Argentina.
As semifinais ocorrerão no sábado e a grande final, no domingo. A seleção nacional tenta o décimo título do campeonato.