O atacante Bobô, ex-Corinthians e Cruzeiro, joga hoje pelo modesto Kayserispor, da Turquia, e foi o segundo maior artilheiro do Brasil na última temporada entre os dez principais campeonatos europeus. Mesmo ao ver os estrangeiros dominarem o Brasileiro, ele diz que nem pensa em um possível retorno ao país.
"Enquanto eu puder ficar fora, eu vou ficar", afirmou Bobô em entrevista para a Folha. O atacante citou respeito como o ponto mais importante para a sua permanência na Europa.
"Quando você tem uma história num lugar, num país, como o meu caso, você é mais respeitado, tanto pela torcida como pelo treinador. No Brasil, é diferente. Vem um treinador e põe os caras que é de empresário", afirmou Bobô.
"Se você não tem uma história no Brasil, se você não tem um respeito por parte da torcida, da diretoria, um reconhecimento em geral, os caras chegam, colocam quem quiser para jogar e você que vá procurar outro lugar. É um risco que eu não corro na Turquia", disse.
| Divulgação/kayserispor.org | ||
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| O atacante Bobô (centro), do Kayserispor, durante uma partida contra o Fenerbahce, na Turquia |
Bobô foi revelado pelo Corinthians em 2004 e se transferiu para o Besiktas em 2006. Cinco anos depois, foi para o Cruzeiro. Em 2012, acertou com Kayserispor.
No último Campeonato Turco, marcou 18 gols. Entre os brasileiros dos dez melhores campeonatos da Europa, de acordo com o ranking da Uefa, fica atrás apenas de Lima, do Benfica, que fez 20 gols no Português. O atacante disse se sentir em casa na Turquia.
"Conheço bem o país, já domino a língua, a adaptação foi muito fácil, porque eu já tinha conhecimento do futebol do país, da cultura. Então para mim é como se estivesse jogando no Brasil. Não me sinto mais como estrangeiro [na Turquia]", afirmou o jogador, que tem contrato com o Kayserispor até 2015.
Bobô disse ainda que só foca mesmo as suas forças em seu atual clube, que ficou na quinta colocação do último Campeonato Turco.
"Tenho uma convocação só [para a seleção brasileira], acho muito difícil. Eu não tenho mais expectativa ou esperança de ir para a seleção. É muito disputado, muito difícil, você tem que ir muito bem para ser convocado", disse.