Folha de S. Paulo


Doping de menor gravidade deve render pena leve a jamaicanos

A pena para os atletas jamaicanos pegos no doping deve variar de apenas uma advertência à suspensão por dois anos. Até agora, os velocistas Asafa Powell e Sherone Simpson, no domingo, e a lançadora de disco Allison Randall, ontem, assumiram o teste positivo em exames feitos no país caribenho.

Segundo o advogado Thomaz Mattos de Paiva, presidente da Comissão Nacional de Antidopagem (Conad) da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), a substância oxilofrina está nas classes de estimulantes mais leves.

"É um doping de menor gravidade. É considerado doping apenas quando detectado em exame durante uma competição. Fora de competição aparece, mas não é considerado doping", diz.

De acordo com o advogado da CBAt, se os atletas pegos no doping forem a julgamento na Jamaica e receberem apenas uma advertência, eles poderiam até mesmo competir no Mundial.

"Acho improvável, até porque a Iaaf é das que mais aperta no controle do doping atualmente", afirmou.

Por outro lado, caso os jamaicanos não consigam provar que o estimulante não foi utilizado para aumentar performance, ou seja, expliquem como a substância entrou em seus corpos de forma involuntária, eles podem receber a pena máxima de dois anos.

O médico Eduardo de Rose, especialista em controle de dopagem, afirma não haver uma comprovação de melhora de desempenho com a oxilofrina, que estimula o sistema nervoso central.

"Poderia proporcionar um melhor tempo de reação, mas é uma teoria não comprovada cientificamente", disse. "São apenas alguns centésimos, mas numa prova como os 100 m é algo significativo."


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