Folha de S. Paulo


Olhares e preleção marcam era Autuori no São Paulo

"Logo no dia de sua apresentação, ele avisou para a gente que não queria ser chamado de professor. Disse que era só Paulo ou então Paulo Autuori. Só isso já mostra como ele é educado, diferente."

O lateral direito Cicinho, hoje no turco Sivasspor, lembra perfeitamente do dia 14 de julho de 2005. Com uma goleada por 4 a 0 sobre o Atlético-PR, o São Paulo se sagrou campeão da Libertadores. O primeiro dos dois títulos --o segundo foi o Mundial no mesmo ano-- que colocariam Autuori na história do clube.

Oito anos após a conquista, o técnico reestreia hoje na equipe na qual viveu seus dias mais vitoriosos e tenta tirá-la do caos.

A partida contra o Vitória, fora de casa, pela sétima rodada do Brasileiro, é a chance de acabar com a sequência são-paulina de quatro derrotas consecutivas e começar a estender também ao presente o sucesso do passado.

"Estrear neste dia não representa nada. A conquista foi boa, mas passou. O que quero é poder comemorar no futuro mais datas como essa", disse o treinador.

Divulgação-12.jul.13/saopaulofc.net
Paulo Autuori orienta os jogadores durante treinamento no CT da Barra Funda
Paulo Autuori orienta os jogadores durante treinamento no CT da Barra Funda

Mas, se Autuori prefere deixar de lado os acontecimentos de oito anos atrás, os jogadores fazem questão de manter a lembrança em dia.

"Nunca trabalhei num ambiente como aquele. Fiquei seis meses no São Paulo e parece que foram três anos", afirma o ex-atacante e atualmente empresário Luizão.

O ex-centroavante, na época já com 29 anos, lembra até hoje como o técnico o convenceu a correr e marcar como um "garoto de 24 anos".

"Ele nunca precisou gritar com a gente. Ele só tinha que olhar que a gente já sabia que estava bravo", completa.

Luizão só lamenta ter deixado o São Paulo depois da Libertadores e não ter participado da conquista do Mundial de Clubes, em dezembro.

A preleção que preparou os jogadores para a vitória por 1 a 0 sobre o Liverpool na final do torneio da Fifa, no Japão, é citada até hoje pelo goleiro e capitão Rogério como a melhor que ele ouviu durante toda a sua carreira.

Por pouco mais de 20 minutos, Autuori inflamou um grupo de jogadores que acreditava no título do clube inglês e o convenceu de que sair do Japão com o terceiro título mundial do São Paulo era, sim, uma tarefa possível.

"A preparação para o jogo começou quando ganhamos a Libertadores. Ele deu dez dias de folga para os titulares e falou para ninguém treinar na folga, só curtir a família e se divertir porque quando voltássemos iríamos trabalhar para sermos campeões mundiais", relata Cicinho.

A estratégia deu certo, e Autuori se eternizou na história do São Paulo. Hoje, ele começa a mostrar se essa trama só terá bons momentos.

DESFALQUES

O atacante, destaque do São Paulo nas últimas partidas, será mantido na equipe titular devido à suspensão de Luis Fabiano, expulso contra o Bahia.

Aloísio, que deixou Ganso no banco na última rodada, deve ter menos chances no time, já que Paulo Autuori vai abolir o esquema com três homens de frente. O lateral esquerdo argentino Clemente Rodríguez é outro que não joga por ter recebido cartão vermelho na última quarta-feira.

Denílson e Jadson também estão fora. O camisa 10 torceu o tornozelo direito no fim do treinamento tático deste sábado e foi descartado. Já Denilson não viaja para a Bahia pois tem dores no joelho direito.


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