Folha de S. Paulo


Líder da Série B renasce após ajuda de cartola rival

Sensação da Série B até o momento, a líder Chapecoense, que faz hoje o clássico catarinense com o Joinville, renasceu para o futebol há apenas sete anos graças a uma importante ajuda do presidente de outro rival regional, o Figueirense.

Em 2005, Wilfredo Brillinger foi o primeiro empresário de Santa Catarina a atender ao pedido do prefeito de Chapecó à época, João Rodrigues, e investir dinheiro para livrar da falência o clube de futebol da cidade que fica a cerca de 550 km de Florianópolis.

"O clube estava atolado em dívidas e ninguém queria tocá-lo. Por isso fiz um apelo para resgatar o futebol da cidade, um patrimônio do povo", recorda o ex-prefeito Rodrigues, hoje secretário estadual da Agricultura.

Comunicação/Chapecoense
Bruno Rangel, da Chapecoense, equipe que lidera a Série B do Campeonato Brasileiro, em sessão de treinamento
Bruno Rangel, da Chapecoense, equipe que lidera a Série B do Campeonato Brasileiro, em sessão de treinamento

Por cinco anos, uma das empresas de Brillinger estampou sua marca na camisa da Chape, apelido do time.

"Tinha uma atuação forte na região e quis retribuir um pouco para a cidade. O clube estava na lona, não participava de série nenhuma", disse.

O sucesso da empreitada, simbolizado pelo título catarinense em 2007, após 11 anos de jejum, e pelo acesso à Série C em 2009, animou Brillinger a mergulhar de vez na cartolagem, mas agora ajudando o time do coração.

Depois de atuar como investidor no Figueirense por dois anos, ele foi eleito presidente do clube em outubro do ano passado, quando o Figueirense já vivia a iminência do rebaixamento para a segunda divisão.

Hoje, porém, o cartola tem no time que ajudou a resgatar um rival direto na briga pelo acesso à divisão principal. No primeiro duelo, a Chape bateu o time de Wilfredo por 2 a 0 em Florianópolis.

Líder com 19 pontos, a Chapecoense, que disputa a Série B pela primeira vez em seus 40 anos de história, é a única equipe que ainda não perdeu na competição.

Com 90% de aproveitamento, o time tem início de campeonato semelhante ao do Corinthians em 2008 e ao do Guarani em 2009.

"O mais importante foi a continuidade. É o mesmo grupo de 2012", disse Cadu Gaúcho, diretor de futebol do clube, cuja folha salarial de R$ 400 mil equivale ao salário de Valdivia, do Palmeiras.

A grande arma tem sido a pontaria do atacante Bruno Rangel, artilheiro com nove gols, que despontou em 2011 jogando pelo Joinville, rival desta tarde.


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