Folha de S. Paulo


Não fechar com Flamengo será um transtorno, diz gestor do Maracanã

O presidente da nova gestora do Maracanã, João Borba, afirmou na tarde desta quinta-feira à Folha que "será um transtorno muito grande" não fechar contrato de 35 anos com o Flamengo para uso do estádio. Um dia após fechar acordo com o Fluminense, a empresa diz que precisa de dois grandes clubes para tornar o negócio viável.

O rubro-negro carioca tenta obter participação na venda de camarotes e fechar um acordo com prazo menor do que os 35 anos, prazo da concessão. O consórcio Complexo Maracanã Entretenimento S.A., porém, oferece apenas os ingressos dos 43 mil assentos localizados atrás dos dois gols.

"Estamos na mesa hoje, cada um com o seu desejo. Temos que analisar o que é ótimo para cada lado e chegar num bom para os dois."

O contrato de concessão com o governo do Estado prevê que o consórcio pode decidir abandonar a gestão do estádio caso não tenha até setembro esses acordos. Borba não disse se a empresa lançará mão desse artifício, mas afirmou que será um transtorno.

"Te confesso que será um transtorno muito grande [não fechar com o Flamengo]. Cada clube tem sua necessidade própria para fechar o negócio. Por isso demora mais um pouquinho. Para lá e para cá. Os dois pontos da negociação são camarotes e o tempo. O Flamengo acha que 35 anos é um tempo muito longo. É o tempo da concessão e é o necessário para criarmos valores de longo prazo", disse Borba.

Segundo ele, as negociações com Vasco e Botafogo não suprem a ausência do time rubro-negro, já que serão acordos para usos eventuais. O primeiro pretende mandar a maioria dos jogos em São Januário, enquanto o segundo quer retornar ao Engenhão quando a interdição acabar, previsto para o fim de 2014.

PREÇO DOS INGRESSOS

O Flamengo tenta obter participação nos camarotes para tentar reduzir o preço dos ingressos em alguns setores atrás do campo. Borba, porém, afirma que é possível setorizar os 43 mil ingressos a fim de arrecadar mais em algumas faixas.

"Ele pode dar o ingresso de graça, cobrar o que ele quiser, entregar para o sócio torcedor, meia-entrada... Ele faz o que ele quiser com relação a preço. Isso porque a gente quer preservar que o estádio tenha níveis de preço zero até o valor VIP lá em cima. O clube tem toda a autoridade, nos lugares dele, de setorizar", disse ele.


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