Folha de S. Paulo


Bolsa da vitória paga casa de algoz de Anderson Silva

Algoz de Anderson Silva, o americano Chris Weidman usará a bolsa de sua histórica vitória no fim de semana para comprar uma casa nova, já que a anterior estava na rota da tempestade Sandy.

"Vou usar esse dinheiro para comprar uma casa nova", revelou à Folha ontem, durante entrevista por telefone.

"Minha mulher cuidou, e tem cuidado de tudo. Ainda estamos lidando com tudo."

Ele e sua família foram apenas alguns dos milhares de nova-iorquinos que tiveram suas vidas afetadas pela passagem da supertempestade Sandy, no final de 2012.

Quando foi anunciado que Sandy passaria por Nova York, Weidman, que mora em Baldwin, inicialmente não imaginou que sua casa estaria entre os alvos atingidos.

Estava errado.

O lutador até tomou medidas de prevenção ao empilhar sacos de areia ao redor de sua casa, em uma tentativa de conter a entrada das águas.

Assistiu, impotente, ao seu lar ser inundado e viu seu sofá boiar quando o esgoto transbordou, chegando a atingir a altura de 1,5 metro.

Ao sair de casa e ir para a rua, em meio à falta de luz, o que testemunhou foi pior.

Telhados de casas vizinhas estavam sobre os de outras residências, jet skis ocupavam espaços onde antes havia jardins, barcos estavam posicionados de ponta cabeça e na calçada de sua rua encontrou postes de sinalização de bairros bem afastados.

Ainda chegou a tomar um choque por manusear uma bomba ao tentar retirar a água que invadira sua casa.

A solução para a família foi ir morar por uns tempos no sótão da casa de seus pais.

O dinheiro que ganhou por desbancar aquele que é tido como o melhor lutador de MMA (artes marciais mistas) da história não foi polpudo.

Ao aceitar o duelo com Anderson, Weidman tinha uma bolsa fixa de apenas US$ 24 mil (R$ 54 mil). Como venceu, dobrou o valor. E, pelo nocaute aplicado em Anderson, recebeu um bônus de US$ 50 mil (ou cerca de R$ 113,6 mil).

Anderson, por sua vez, recebeu US$ 600 mil (aproximadamente R$ 1,4 milhão). Se tivesse vencido, teria mais US$ 200 mil (R$ 452 mil).

A Folha perguntou a Weidman se o resultado da luta fora armado, o que deixou o lutador bem irritado.

"[Silêncio] Você está perguntando para mim se a luta foi armada?", disparou ele.

Ao ouvir que a pergunta se devia ao fato de muitas pessoas fazerem esse comentário no Brasil, muito pelas firulas feitas por Anderson durante a luta, Weidman disse: "muitos veem Anderson como uma figura mítica. Então eles têm que procurar explicações para a sua derrota."

"Isso é ridículo. Não, a luta não foi armada. Você viu como ele [Anderson] bateu a cabeça no chão ao cair..."

"Quero lutar com ele em fevereiro ou dezembro. Não me importo se virá mais sério, eu também estarei melhor..."


Endereço da página:

Links no texto: