Folha de S. Paulo


Murray enterra fama de 'pé-frio' do técnico Lendl em Wimbledon

O escocês Andy Murray, 26, dedicou o título deste domingo, em Wimbledon, ao seu técnico, o ex-jogador tcheco Ivan Lendl, que conquistou três dos quatro Grand Slams do circuito, mas nunca na grama britânica.

"Eu tenho uma grande equipe, que sempre esteve comigo nos momentos difíceis. Este título é para Ivan. Eu sei que ele fez de tudo para ganhar quando ele jogava. Ele tem sido brilhante comigo, mesmo eu não sendo fácil às vezes", disse Murray.

Com a vitória sobre o sérvio Novak Djokovic, número um do mundo, Murray quebrou um tabu de 77 anos sem um britânico vencer o torneio de Wimbledon. O tenista chegou a ser vice em 2012, quando perdeu na final para o suíço Roger Federer.

Seu técnico era até então considerado um pé-frio para o tenista em Wimbledon. Isso porque Lendl, quando jogador, conquistou Aberto da Austrália, Roland Garros e Aberto dos Estados Unidos. Só faltou vencer justamente Wimbledon para completar a sua sala de troféus de Grand Slams.

Lendl chegou a duas finais da competição: em 1986 e 1987. Na primeira, perdeu para o alemão Boris Becker. Na segunda, não foi páreo para o australiano Pat Cash. Nas duas oportunidades, foi derrotado por 3 sets a 0.

Apesar da sua fama de pé-frio em Wimbledon, Lendl tem construído uma parceria de sucesso com o escocês. Juntos desde 2012, já conquistaram juntos, entre os principais torneios, o Aberto dos Estados Unidos no ano passado e também a medalha de ouro da Olimpíada de Londres.

Lendl foi importante ainda fora das quadras para Murray. O tenista revelou, antes da partida deste domingo, que começou a contar com apoio de psicólogos após sugestão do treinador. Ele declarou que passou a deixar fora de quadra suas preocupações e a se concentrar no jogo.

"Quando a minha consciência está tranquila, eu posso ir à quadra e jogar sem se preocupar com outras coisas", disse.


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