Folha de S. Paulo


Demitido, Ney se encheu de desafetos em um ano no São Paulo

Demitido do São Paulo na sexta-feira, após a derrota por 2 a 1 para o Corinthians, no confronto de ida da Recopa Sul-Americana, o técnico Ney Franco colecionou desafetos em um ano à frente do time.

O treinador teve desentendimentos públicos com três dos principais jogadores da equipe, um cartola e barrou do elenco o volante Fabrício, esperança de boa parte da torcida.

O primeiro desentendimento foi com Rogério, capitão, líder do time e uma lenda no São Paulo. Ainda no ano passado, criticou o comportamento do goleiro, que havia pedido uma substituição (a entrada de Cícero) durante uma partida contra a LDU de Loja, pela Sul-Americana.

Já neste ano, teve problemas na sequência com o meia Paulo Henrique Ganso e com o zagueiro Lúcio. Ambos reclamaram por ter sido substituídos durante jogos do Paulista e da Libertadores -o segundo foi além e manteve a crítica no dia seguinte.

Fabrício, volante envolto em problemas físicos desde sua chegada no Morumbi, foi o outro a reclamar, ainda que timidamente e apenas para o treinador, das poucas chances que recebia. Pouco depois, foi afastado do elenco e ficou disponível para negociação.

Mas não foi só com seus subordinados que ele bateu de frente. O treinador criticou o vice de futebol João Paulo de Jesus Lopes por ter dito que havia ficado envergonhado com a atuação do São Paulo na vitória por 2 a 1 sobre o Strongest, no fim de fevereiro, pela Libertadores.

A última polêmica de Ney aconteceu na semana da demissão. Após a derrota para o Corinthians, o técnico disse que o problema do time não era tático e que ele não "poderia ir a campo dar um passe".

Apesar de tantas confusões, o treinador negou depois de perder o emprego a existência de um clima ruim nos vestiários.

"Não vi nenhum jogo que os atletas fizeram corpo mole. Foi bom sair do São Paulo ouvindo o capitão [Rogério] enaltecer meu caráter e profissionalismo", disse.


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