Folha de S. Paulo


Concentrado na final, Melo diz não ter tanta noção do seu feito em Wimbledon

O mineiro Marcelo Melo disse ter realizado seu sonho ao encerrar um jejum de 46 anos do tênis brasileiro.

Ao lado do croata Ivan Dodig, Melo avançou à final de Wimbledon ao bater ontem o indiano Leander Paes e o tcheco Radek Stepanek por 4/6, 6/4, 6/1, 3/6 e 6/3.

A última vez que o Brasil disputou uma decisão do Grand Slam inglês na chave profissional foi em 1967 --Maria Esther Bueno foi vice-campeã de duplas ao lado da americana Nancy Richey.

"Sei que representa muita coisa, mas não tenho tanta noção porque ainda temos que manter o foco e a concentração para a final", afirmou o duplista brasileiro ontem.

A decisão, amanhã, será contra a dupla número um do mundo, formada pelos americanos Bob e Mike Bryan.

Mais vitoriosos da história, os irmãos gêmeos tentam ser os primeiros a conquistar os quatros Grand Slams de forma consecutiva somados ao ouro olímpico.

"Em uma final de Grand Slam qualquer dupla do outro lado representaria uma dificuldade muito grande, mas é lógico que para os Bryan a experiência conta muito", afirmou o brasileiro de 29 anos e 2,03 m --que é conhecido como Girafa.

Com Bruno Soares, seu parceiro na Copa Davis, Melo tem um ótimo retrospecto contra os rivais: três vitórias em quatro confrontos. Ao lado de Dodig, porém, ele só enfrentou os irmãos uma vez e perdeu em dois sets.

"Vamos conversar bastante para definir uma boa tática de jogo", disse o mineiro.

O brasileiro e o croata jogaram juntos pela primeira vez em fevereiro de 2012, e de cara conquistaram o vice-campeonato em Memphis.

Desde então, contudo, os resultados não foram os esperados. Só agora a dupla chega a uma nova final.

"A gente vinha jogando bem, mas perdendo partidas importantes nos detalhes", disse o mineiro, 19º do mundo em duplas, que disse não ter cogitado rompimento com Dodig, o 35º. "Tínhamos foco e treinamento. Uma hora os resultados iriam chegar."

Melo disputa sua primeira final de um grande torneio --em 2009, ele foi vice-campeão de duplas mistas em Roland Garros com a americana Vania King, mas diz que são eventos bem diferentes.

"Em duplas, a prioridade é muito maior, não há como comparar", afirmou ele.


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