Quando a tenista japonesa Kimiko Date-Krumm se aposentou pela primeira vez em 1996, sua adversária da primeira rodada de Wimbledon-13 tinha apenas um ano de idade.
Nesta terça, Kimiko derrotou a alemã Carina Witthoeft, 18, por 2 sets a 0, com parciais de 6/0 e 6/2.
"Eu tenho paixão. Gosto de desafios porque não é fácil para a minha idade", disse a japonesa de 42 anos que deixou as quadras por 12 anos (leia mais abaixo).
Para ela, tênis não é somente um jogo de força. Vencer também requer agilidade mental. "Precisamos de experiência. Por isso, não são mais só jovens jogadores que podem ir para o topo do ranking", disse Kimiko.
Questionada sobre a dificuldade de jovens atletas em vencer grandes torneios, Kimiko disse que eles têm força, mas não têm variação suficiente nas jogadas. "Quando a bola vem, eles só rebatem. Eles não usam todo o espaço da quadra. É por isso que precisamos de mais experiência", disse a japonesa sobre o torneio de Londres em que 59 das tenistas não tinham nascido quando ela fez sua estreia em Wimbledon, no ano de 1989.
A japonesa é a 84ª no ranking mundial. Witthoeft é a 193ª.
VETERANA
Kimiko Date-Krumm ficou 12 anos fora das quadras antes de retornar aos torneios em 2008.
A volta foi um pedido do marido, o piloto alemão Michael Krumm, com quem se casou em 2001.
A japonesa é a tenista mais velha em atividade no circuito. Aos 38 anos, também foi a tenista mais velha a ganhar um título profissional --o Aberto de Seul, em 2009--, sendo superada em idade apenas pela americana Billie Jean King, que ganhou um título com 39 anos, em 1982.
Kimiko se aposentou após atingir as quartas de final na Olimpíada de Atlanta (EUA), em 1996.
Entre 1996 e 1998, ela diz que não pegou em uma raquete de tênis ou pisou em uma quadra. Em 2002, rompeu o tendão de Aquiles, então, depois da recuperação, decidiu voltar a correr. E chegou a completar a maratona de Londres em 2004. Tentou ter um filho, não conseguiu. Voltou ao tênis como comentarista de TV, até ser convencida pelo marido que seu lugar era jogando.