Folha de S. Paulo


Programa olímpico da Petrobras sofre cortes

Em pleno ciclo olímpico para os Jogos do Rio, foram feitos cortes no projeto da Petrobras, gerido pelo Instituto Passe de Mágica e focado em cinco modalidades: boxe, esgrima, levantamento de peso e taekwondo. Desportistas e profissionais foram cortados.

Pelas contas de atletas e profissionais de equipes multidisciplinares (que incluem técnicos, nutricionistas, fisioterapeutas, médicos e psicólogos) ouvidos pela Folha, são dezenas de cortes.

"[No taekwondo,] foram cortados uns dez atletas e entre quatro e cinco profissionais da equipe multidisciplinar", diz o lutador Diogo Silva, campeão do Pan-2007.

Relatos semelhantes se repetiram em outros esportes.

A ideia é que o projeto, alavancado pela Lei de Incentivo ao Esporte, viabilizasse a criação de atletas e fortalecesse seleções e a infraestrutura dos cinco esportes.

Os atletas contam com ajuda de custo, plano de saúde e odontológico, vale-transporte e pagamento das viagens internacionais e cursos.

A Folha conversou com três profissionais de equipes multidisciplinares que não tiveram contratos renovados.

O Programa Petrobras Esporte e Cidadania foi iniciado em outubro de 2010.

O valor repassado ao Instituto Passe de Mágica em 2011 foi R$ 15 milhões. Para 2012, foram R$ 14 milhões.

Segundo a assessoria de imprensa da Petrobras, houve uma peculiaridade com o contrato de 2012, que só se encerrou no mês passado.

Dessa forma, para este ano, "por uma questão de adequação ao calendário", o contrato se estenderá até o mês de dezembro e o valor projetado para os meses restantes é de R$ 8 milhões.

Inicialmente, previa-se que seriam investidos R$ 100 milhões durante cinco anos.

A Petrobras pediu que fosse procurada a ex-jogadora Paula, representante do Instituto Passe de Mágica, para as perguntas técnicas. Paula não respondeu aos recados deixados em seu celular.

"Acho que [após os cortes] ficou claro que não adianta depender de uma fonte só de financiamento", diz Diogo.

Não se trata do primeiro projeto ligado ao esporte que viu o patrocínio estatal minguar. Foi o caso da Confederação Brasileira de Basquete e do Novo Basquete Brasil.


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