Herói da classificação do Atlético-MG para as semifinais da Libertadores, Victor foi ovacionado por seus companheiros de time e mal conseguiu dormir depois de levar o time à sua melhor campanha na história do torneio.
O goleiro defendeu com os pés um pênalti cobrado por Riascos, aos 48min do segundo tempo do empate por 1 a 1 com o Tijuana, anteontem, em Belo Horizonte. A derrota deixaria o Brasil sem representantes na competição.
A defesa levou às lágrimas o presidente atleticano, Alexandre Kalil, e provocou comoção no vestiário do time.
"Foi uma emoção única na minha carreira, você chegar e ser aplaudido por todos: companheiros, comissão, diretoria e todos que estão no vestiário. Você receber aplausos de todos, o que não tinha acontecido na minha carreira toda e com certeza vai ficar na memória na minha vida", disse o goleiro, em entrevista dada à Fox Sports.
O arqueiro, que demonstrou frieza em campo mesmo após a defesa decisiva, desabou depois e chorou.
Ao chegar em casa, uma nova homenagem: um torcedor atleticano havia pendurado por lá uma faixa com a frase "obrigado, Victor."
A emoção o impediu de dormir direito durante a noite. Quase "virado", acabou admitindo que se adiantou para defender o pênalti.
"É impossível não colocar um pé à frente. Existem adiantadas e adiantadas. Não acho que tenha sido passível de refazer a cobrança, foi algo natural que todo goleiro faz", afirmou ontem à Sportv.
Victor chegou ao Atlético-MG no ano passado, depois de quatro temporadas no Grêmio. A boa fase no clube mineiro ainda não foi suficiente para levá-lo de volta à seleção --era forte candidato a disputar a Copa de 2010, mas ficou fora da lista final.
Em busca da inédita decisão, o clube vai enfrentar o Newell's Old Boys em julho, depois da Copa das Confederações. A outra semifinal terá Olimpia, do Paraguai, e Santa Fé, da Colômbia.
Até então, a melhor campanha atleticana na Libertadores aconteceu em 1978, quando foi lanterna de um dos triangulares semifinais.