Folha de S. Paulo


Clubes tentam contornar diferenças provocadas por mês de nascimento

Os clubes de futebol admitem que jogadores podem se beneficiar ou seu mês de nascimento ou por maturação precoce nas categorias de base, mas dizem ter estratégias para reduzir o fenômeno.

Em nota, o São Paulo informou que costuma optar por atletas com em estágio maturacional tardio, ou seja, que ainda não entraram na fase final e mais aguda de desenvolvimento físico, nos seus processos seletivo.

Já o Inter dividiu as categoria juvenil (sub-17) em dois times, um com atletas do primeiro ano e outros com jogadores do segundo ano, para dar ritmo e experiência também para os mais novos.

"A formação do jogador passa pelo resultado. Então, escalamos os mais fortes em partidas mais difíceis. E usamos os menores, mesmo que mais talentosos, nas partidas mais tranquilas", afirma o supervisor do juvenil do clube gaúcho, Leonardo Alonso.

Rafael Reis-11.mar.13/Folhapress
Samuel Inácio e Lucas Wintter, jogadores das categorias de base do Palmeiras
Samuel Inácio e Lucas Wintter, jogadores das categorias de base do Palmeiras

Para Sixto González Víllora, doutor em ciência de esporte e professor da Universidade Castilla-La Mancha, a prioridade a atletas mais velhos é um erro de um sistema que privilegia vitórias quando deveria dar mais ênfase à formação dos jogadores.

"O ideal seria que as equipes fossem mais homogêneas com relação à idade, com 30% de cada parte do ano, para dar chances iguais a todos os meninos", afirma.

"Mas opta-se pelos mais velhos por causa dessa obsessão de vencer. É um erro exigir que o menino ganhe na base", completa o pesquisador, que fez um levantamento parecido com o da Folha na Espanha e obteve resultados semelhantes.


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