Folha de S. Paulo


Finalistas da Copa dos Campeões têm times de longa duração

A final da Copa dos Campeões da Europa mostra que times vencedores são construídos com paciência.

Borussia Dortmund e Bayern de Munique, que fazem neste sábado (a partir das 15h45) a decisão do maior torneio interclubes do mundo, vão levar ao estádio de Wembley trabalhos de longo prazo e times muito bem entrosados.

As bases das equipes foram montadas há pelo menos quatro temporadas. E o longo tempo jogando juntos transformou os clubes alemães nos melhores da edição 2012/13 do futebol europeu.

Jürgen Klopp, o técnico sensação do ano, está no Dortmund há cinco anos. Jupp Heynckes, o treinador do Bayern, só chegou em 2011, mas herdou um elenco montado.

"O nosso segredo é o conjunto. Nossa equipe trabalha há cinco anos juntos. O padrão de jogo é o mesmo desde lá atrás, só mudaram alguns poucos jogadores", afirma o zagueiro Felipe Santana, do Dortmund.

De fato, o time amarelo e negro não mudou muito desde a contratação de Klopp, em 2008. Dos 11 titulares atuais, cinco participaram da temporada de estreia do treinador.

E quem chegou, basicamente, foi suprir a perda de peças que se destacaram e pediram para ser vendidas.

Gündogan foi contratado para a vaga de Nuri Sahin, que bateu no Real Madrid e voltou à Alemanha. Reus, o único reforço titular para esta temporada, é o substituto de Kagawa, negociado com o Manchester United.

A progressão dos resultados do Dortmund mostra a força do entrosamento. Em 2008, o time terminou o Alemão em 13º. No ano seguinte, foi sexto. Depois, quinto. Conquistou os títulos em 2011 e 2012 e, neste ano, chegou à final da Copa dos Campeões.

Já o Bayern, que conta com três titulares contratados há menos de um ano, mantém a base montada por Louis van Gaal, em 2009.

O técnico holandês revolucionou o time alemão, com a liberação de Lúcio, Zé Roberto e Podolski, entre outros, e a promoção de uma série de jovens das categorias de base: Badstuber, Thomas Müller e Alaba.

Van Gaal foi demitido em 2011, mas Heynckes deu sequência à estrutura do antecessor. Cinco dos titulares atuais foram comandados pelo antigo treinador em sua primeira temporada e disputaram duas finais de Copa dos Campeões (foram vice em 2010 e 2012)

Os trabalhos que levaram os dois times à final, porém, estão ameaçados.

O Bayern decidiu aposentar Heynckes e preparara uma mini reformulação sob comando do espanhol Pep Guardiola, que marcou época no Barcelona.

A maior contratação dos alemães mostra que o projeto do Dortmund também está em risco: Mario Götze, astro do rival de sábado.

Além do meia-atacante, Hummels, Reus e Lewandowski também interessam a clubes do primeiro escalação e europeu e podem ser negociados.

Entre as peças de reposição pretendidas pelo Dortmund estão o meia-atacante Bernard, do Atlético-MG.


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