Folha de S. Paulo


Palmeiras repete início de 2003 e, de novo, estreia na Série B sob desconfiança

A eliminação na Libertadores com derrota por 2 a 1 para o Tijuana, do México, em pleno Pacaembu, ontem, deu ao Palmeiras retrospecto semelhante ao do início da temporada em 2003, quando o time estreou na Série B do Brasileiro sob desconfiança.

Há dez anos, a equipe que já havia sido eliminada na semifinal do Paulista pelo Corinthians também caiu nas oitavas de final de uma competição mata-mata, no caso a Copa do Brasil, às vésperas de começar a árdua jornada de voltar à elite do futebol brasileiro.

A queda precoce no torneio nacional com uma goleada por 7 a 2 para o Vitória no Parque Antarctica, em abril de 2003, teve um efeito devastador sobre o moral da equipe e da torcida, que só foi recuperado a partir da quarta rodada da Série B, com o primeiro triunfo na competição: 4 a 0 sobre o São Raimundo.

Agora, diretoria e comissão técnica têm dez dias até a estreia na segunda divisão, dia 25, contra o Atlético-GO, em Itu, para recuperar a confiança dos jogadores e dos torcedores após o péssimo desempenho de ontem, que resultou na eliminação da Libertadores pela fraca equipe mexicana.

Embora poucos palmeirenses acreditassem no bicampeonato continental, a classificação às quartas de final, em casa, era tida como obrigação depois do empate sem gols em Tijuana e como grande trunfo financeiro para um clube mergulhado numa crise econômica.

Avançar na Libertadores renderia mais R$ 900 mil em premiação que a Conmebol paga aos times que chegarem às quartas e mais R$ 1,8 milhão com a arrecadação do jogo que ocorreria no Pacaembu contra o Atlético-MG.

Além disso, ao contrário do que ocorreu em 2003, o Palmeiras iniciaria a Série B com o apoio maciço de sua torcida, que lotou ontem o Pacaembu mas saiu do estádio desiludida com o que viu em campo.

O presidente do clube, Paulo Nobre, já disse que o técnico Gilson Kleina continuará no comando do time para o início da segunda divisão, mas que algumas reformulações podem ocorrer no elenco alviverde. Ele disse que não comentaria nomes sobre possíveis reforços.

"É natural ao final dessas duas competições, Libertadores e Campeonato Paulista, reavaliarmos o trabalho como um todo. Obviamente podemos chegar à conclusão de que alguns jogadores não deram certo, outros podem chegar. Eu não comento contratações, mas estamos atentos a vários jogadores. Podem acontecer algumas mudanças para a Série B", disse o cartola.


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