Folha de S. Paulo


Em alta, Santos encara rival ainda em fase de reconstrução

O adversário do Santos nesta quarta-feira pela Copa do Brasil já foi temido há quatro décadas. Hoje busca dar continuidade à reconstrução iniciada há quatro anos.

O Joinville recebe o time alvinegro às 22h, na Arena Joinville, estádio público com capacidade para 22.500, na estreia da segunda fase do torneio.

O primeiro objetivo da equipe catarinense é conseguir disputar o jogo de volta, no dia 22 de maio, na Vila Belmiro. Para isso não pode perder por dois gols de diferença. A outra meta é eliminar o Santos, apesar de admitir publicamente que a tarefa é difícil.

O Santos tem faturamento com patrocinadores e bilheteria bem superior ao rival e conta com uma das estrelas da seleção brasileira, o atacante Neymar. Desde os anos 1990 tem CT próprio e soma títulos em sequência desde 2010.

O Joinville foi fundado em 1976, após fusão do América-SC e do Caxias, ambos times da cidade do norte de Santa Catarina. Faturou dez dos seus doze estaduais entre 1976 e 1987. O último ano na elite do futebol brasileiro foi em 1986.

O time tricolor, que tem como mascote um coelho, sagrou-se vencedor do Estadual mais duas vezes, em 2000 e 2001. No entanto, desde então acumula 12 anos de jejum.

Passou boa parte dos anos 2000 em baixa e chegou até a disputar a segunda divisão do Estado. A partir de 2009 a equipe iniciou uma reação. Primeiro conquistou a Copa Santa Catarina e foi finalista do mesmo torneio no ano seguinte.

Ainda em 2010 disputou a Série D e conseguiu o acesso para a terceira divisão. Em 2011, foi campeão da Série C. Ano passado terminou em sexto na Série B, duas posições abaixo da zona de acesso.

Ricardo Nogueira/Folhapress
Neymar durante partida entre Mogi Mirim e Santos
Neymar durante partida entre Mogi Mirim e Santos

FÓRMULA

Segundo o presidente Nereu Antônio Martinelli, eleito em julho do ano passado, o time catarinense conseguiu retomar o caminho das vitórias com investimento na base, o plano de sócio torcedor e o aumento no número de patrocinadores.

Hoje a equipe conta com nove mil sócios-torcedores ativos, tem uma das melhores médias de público em Santa Catarina e até março passado tinha como principal parceiro o banco BMG --que ainda tem dez jogadores no elenco.

"Há quatro anos o Joinville era um time fora de série. Quer dizer, não disputava nenhuma série do futebol nacional. E ano passado quase conseguimos o acesso para a primeira divisão", afirmou Martinelli, por telefone, à Folha.

"Iniciamos uma gestão profissional e um trabalho na base. Hoje investimentos R$ 100 mil mensais nas categorias de base, desde o infantil até os juniores. Inauguramos nosso CT com três campos ano passado, reconquistamos nossos sócios e trabalhamos com um orçamento dentro da nossa realidade", explicou o cartola.

Segundo ele, o Joinville trabalha com orçamento de R$ 15 milhões e a meta principal é o acesso para a Série A do Brasileiro. Na Copa do Brasil, o time deseja chegar o mais longe possível, embora tenha dado azar de encontrar o Santos já na segunda fase.

"Não tem segredo. No futebol o desempenho em campo impulsiona todo o resto. Conforme melhoramos o time, atraímos os torcedores e patrocinadores. Tem de haver investimento e planejamento visando o desempenho do time", disse Martinelli.

FUTURO

O clube trabalha para ampliar a estrutura no CT, que fica a 15 quilômetros do centro da cidade, conta com 40 apartamentos e hospeda o time durante as concentrações.

Buscar um leque maior de patrocinadores também está nos planos. "É ruim ficar dependente de apenas um", argumenta o presidente do Joinville.

O projeto mais ambicioso é buscar na base os jogadores para o profissional.

"Não somos um clube meramente comprador, mas ainda não somos também um formador. Temos jogadores da base, mas nossa intenção é revelar e lucrar no futuro com a venda", afirmou Martinelli.


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