Folha de S. Paulo


Mourinho diz que ainda não sabe se vai permanecer no Real Madrid

Abatido com a terceira eliminação nas semifinais da Copa dos Campeões em três temporadas à frente do Real Madrid, nesta terça-feira, o técnico José Mourinho teve como principal assunto na entrevista coletiva após a vitória por 2 a 0 sobre o Borussia Dortmund o seu futuro na equipe espanhola.

Apesar de ter contrato até 2016, Mourinho não garantiu que continuará no comando do Real. Nos últimos dias, cresceram os rumores sobre um possível retorno ao Chelsea, onde trabalhou de 2004 a 2007.

"Eu sei que na Inglaterra sou querido pelos torcedores e pela imprensa. De uma forma justa, me criticam quando têm que criticar, mas me dão mérito quando mereço. Na Espanha, a situação é diferente porque há gente que me odeia e muitos destes estão nesta sala", disparou o treinador, que disse ainda precisar de tempo para definir o futuro.

"É complicado tomar uma decisão porque gosto do clube como está atualmente, podemos fazer coisas maravilhosas. Quero ser sincero e justo e no final da temporada decidirei. Quero estar onde gosto de estar e onde tenho apoio em todas as áreas", destacou.

Mourinho tentou afastar os holofotes de si mesmo e exaltar a força do clube madrileno, mas não deixou de se gabar dos feitos do Real sob seu comando. Nos últimos três anos, o time venceu uma edição do Campeonato Espanhol, uma da Copa do Rei e uma da Supercopa da Espanha.

"O Real Madrid é muito maior que eu. Tenho muitos anos e já consigo caminhar sozinho. É importante que o Real Madrid continue vencendo competições, porque as estamos vencendo há três anos. Agora é tentar vencer a Copa do Rei e juntá-la à Supercopa", lembrou.

Sobre a partida, o comandante do Real se mostrou contente com a atuação do time de uma forma geral, mas lamentou as oportunidades de gol desperdiçadas nos primeiros minutos de jogo.

"Entramos muito fortes. Com uma intensidade altíssima tanto na pressão como na circulação de bola. Falhamos em chances claras e no segundo tempo arriscamos tudo diante de uma equipe que é mais rápida que nós, com outra intensidade de movimento. Foi uma pena não termos marcado o primeiro gol antes", analisou.

Por fim, o treinador criticou a atuação do árbitro inglês Howard Webb. O principal erro, de acordo com ele, foi uma mão na bola do zagueiro Mats Hummels perto da área, durante o segundo tempo.

"Uma pena Webb ter deixado de ser árbitro para ser homem. Deveria ter expulsado Hummels. Não é pênalti, mas falta e cartão vermelho claro. Faltavam 23 ou 24 minutos, e Webb não foi árbitro, foi homem e pensou que o jogador não disputaria a final", considerou.

"Se ele tivesse sido expulso, teria sido outra coisa. Mas tenho que ser justo. Se tivéssemos jogado com esta personalidade em Dortmund, não seria necessário buscar uma virada", completou.


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